Serra do Palermo
Essa coisa de manter duas cidades-sede parece bonito, mas tem seu lado ruim. Alguém sempre haverá de ceder para se juntar a outrosguém. Nosso intrépido paraninfo Mr. Heil, na incessante busca pela superação dos obstáculos mundanos, lançou a pedra fundamental da solução no meio do caminho. Simples assim, e exatamente aí: roteiros entre as sedes do odois, no meio do caminho. Assim cada sede cede o mesmo tanto.
Sedentos por cicloturistar, elaboramos o circuito inaugural: uma incursão conciliadora à Serra do Palermo.
- Nunca ouvi falar dessa serra.
Não é uma serra (ou morro) popular e badalada como a do mar, sedento leitor, mas ali está, tímida e reservada, entremeando Tijucas do Sul e São José dos Pinhais. Olhando de Tijucas, trata-se do conjunto de morros que se ergue em direção à capital paranaense.
No meio da serra, uma antena. Caminhar não estava nos planos, mas o empurra-bike foi inevitável. No meio da antena, um mirante. O lugar estava bem abandonado, possivelmente alvo de muitos saques. Ainda assim, com tempo firme e uma escada semi-segura, pudemos aproveitar a paisagem do entorno. Apelidamos carinhosamente a torre de "cigarrão". Mas, segundo os colegas contribuidores do OSM, o tabagístico mirante atende pelo nome de Torre da Rocinha.
- Ou pelo menos atendia, na época que a Telepar ligava pra ela.
Na pinus-ellióttiica descida do outro lado da Serra, nos aprochegamos ao Rio da Várzea, o mesmo que cruza o Recanto Saltinho. Farofamos brevemente e seguimos circuitando no sentido sul (de Tijucas e do mundo). Com menos acento nas subidas e mais tempo no assento, cedíamos aos encantos finais do roteiro.
O fim do circuito inaugural nos levou de volta ao meio do caminho. Estacionados entre nossas emblemáticas sedes, Curitiba e Joinville, ainda arrumando as bikes, nos dávamos conta de que as desculpas para postergar as aventuras interestaduais nunca mais seriam as mesmas. Fora instalada a pedra fundamental.

- ôÔô, du! tava pensando em deixar a barba... será que fico bem de Mr. Hipster?

- sou totalmente contra o uso de barba, Mr.

quem disse que esse era um passeio de serra?

arrá! lá está ela, nosso objetivo!

- e se a gente for por caminhos alternativos, hein?

- desisto du, você é péssimo de mímica. não sei o nome do filme

serra barbada, barba serrada

mr heil, passando seu suspeito protetor bronzeado radiante, hidratação sublime

outro que deveria caprichar mais no corpo cintilante, pele dourada

ou seria porco radiante, lebre sublime?

falando em porco, parece que teremos lama no caminho do meio

- ôÔô du, tens certeza que é por aqui, hã?

- já passou o pior, mr. agora é só asfalto de pinus

- entendo

- ôÔô, mininos! vocês também estão vendo aquele...

(pausa dramática para uma florzinha)

...cigarrão gigante, hã?

mr heil, explorando até depois do filtro. oficiosamente, cume do morro da rocinha

(pausa para uma singela foto de duas porcas)

isso aí é tudo drone!

vista panorâmica do cume do cigarrão - ou torre da rocinha

- então, mr, era brincadeira sobre a barba

parece uma viagem de transatlântico

mas já encalhou, pelo visto (detalhe para as porcas)

isso não parece um cigarro nem de perto, nem de longe

quem teve essa ideia sem sentido?

falando em ideias sem sentido, quem foi que fez esse roteiro?

já não tinha estourada a cota de trilhas?

e a cota de ciladas, também?

que luz forte é essa que vem das suas costas?

tem tudo para ser acrescentado ao odois historical footages archive

na mesma categoria, de fotos sem sentido

o sentido, mesmo, é sair daqui

falando em sentindo, estamos nos sentindo cansados

meu uber chegou

uma foto do fotógrafo sem a máquina, pra fechar totalmente sem sentido
Expediente #
Texto e comentários por du e lulis, fotos por lulis, roteiro por heil e du.
Pedalado por du, lulis, heil.
Publicado em 13 jul 2018.