Ventania e Faxina
Se tem uma coisa melhor do que pedalar essa coisa é viajar pedalando. Isso é quase como um hiperlativo do ato de pedalar. Tudo bem, há quem diga que existem coisas melhores, mas - vá lá - tudo é uma questão do momento, do instante, da vivência. E, no momento em que pedalamos (instantes pedalandíssimos), acredite, não há vivência melhor.
Imagino que você esteja a se perguntar: "mas, e sexo? sexo não é melhor?", "e chocolate, chocolate não é melhor?" ou talvez "mas e a dança do quadrado, não é melhor?". Bom, preste atenção: é questão de momento. Por exemplo: no momento em que você está descendo a serra é preferível estar pedalando no asfalto do que estar fazendo sexo (ou chocolate) no asfalto. Outro exemplo seria o momento em que você está dançando a dança do quadrado: nesse momento eu prefiro deixar você no seu quadrado e sair pedalar.
É. Nada melhor que uma introdução de viagem assim, viajandona. Viagem, você sabe, né? Mapa e dados gerais aí embaixo, detalhes e fotos nos links diários, ali em cima. Em tempo: já disse que essa viagem é uma releitura de Purunã e Tamanduá? Não disse? Ah, não? Esqueci então. Coisa de momento.
Bem, pedalar é aquela coisa, sabe? Não sabe? Bom, se você pedala certamente sabe. E se não pedala, tudo bem, pode imaginar. Se tiver dificuldade tem umas fotos logo ali embaixo pra dar uma idéia, você pode dar uma olhada. Vai, vai lá. Dá uma olhadinha, eu espero você no segundo parágrafo.
Na ida, nada fora do convencional: Curitiba-Purunã por asfalto. Nas estradas da região passamos com mais convicção, já com alguma propriedade depois das últimas pedalandanças (não, não compramos propriedade nenhuma por lá, eu estava me referindo a "conhecimento"...). Chegamos exaustos (ainda está imaginando como é pedalar? então, imagine que cansa!) ao rancho Ventania, simpática propriedade do simpático Ralf (agora é propriedade no sentido de posse, mas não compramos também (pedalar ainda cansa mais do que dá dinheiro (pelo menos no nosso caso))), um dos melhores recônditos da região, quiçá o melhor!
Depois de descansar, descarregar e desconversar, saímos para um pequeno passeio para explorar a Ponta do Diogo, no bom sentido (sentido mato, sentido ladeiraaa!!!). A companhia canina da pequena pepita foi motivo de diversão para nós (e desespero para sua dona). Pepita. É, pepita. Quer que eu pepita denovo? Pepita. Pronto. Depois de uma baita descida em um estudo de estrada (nem as imagens são idéia da cicatriz que era essa estrada de terra ainda fresca, recém pungida na íngreme face da escarpa), alguns disse-me-disse, perde-se-perde, sobe-que-sobe, voltamos ao ranho pela estrada do serro, chegando ao entardecer-quase-anoitecer-de-tanto-querer-chover.
Comemos pouco e fomos descansar no salão de jogos, já repleto de "acantonadores" que escalam na região. Dormimos sob a mesa de ping-pong, cada um no seu respectivo (quadrado) saco de dormir. Ninguém jogou ping-pong. Bem, se jogaram eu não ouvi.

carga pesada mesmo é ainda ficar pequeno mesmo na ponta dos pés

thi, continua olhado pra frente, não perca o foco!

bem vindos à são luís do puru.... já sei! é um cavalo!

foto do mirante. do mirante mesmo, aparece o mirante, não a vista do mirante

e agora, com vocês, os miradores do mirante. a vista não. só os miradores

agora sim, a vista do mirante: são luís. ninguém disse que era grande mesmo

é empolgante, mas tudo que desce...

flagrante exclusivo de cicloturistas soltando as tiras! tiras ao vento!

nosso habitáculo - que acaba se tornando depósito quando rola ventania

se o arce fosse espada eu diria que a bicicleta arthur está tentando pegar o escalibur

o que é uma pepita branca no meio da ponta do diogo? au!

escarpa é assm: tá ali, tá ali e, de repente, não está mais. parece dinheiro, né?

o pequeno bonsai de grande porte marca o início da desbarrancada

a cadela que fez a cachorrada de vir conosco e deixar a dona perdida. au!

o pequeno desbarrancado de grande porte marca o início do bonsai

isso era a estrada. ou uma tentativa. tentemos, ora pois!

dá pra entender o grau do caos? acredite, não dá!

aqui chega de barro. olha o pessoal da escalada nas rochas lá no fundo! viu? eu também não.

parada pra trocar pneu. se bem que furar o pneu naquela subida infinita foi estratégico...

as cores bonitas e a árvore assombrada

as cores bonitas e os ciclistas sem foco. mantenham o foco, gente!

as cores bonitas e os ciclis... não, não, já sei, é um cavalo!

e a tormenta diz que vai atormentar essa noite...

essa aqui foi a entrada (ou saída) para a ponta do diogo, se é que porteira é referência
Bah, acordamos e saímos pedalar, agora para o outro lado. Só pra procurar o que fazer mesmo. E pra almoçar também. Pedalamos tanto que até a estrada parou de estradar. Então voltamos - fazer o quê? Paramos só para visar a vista até onde a vista não podia mais visar, depois seguimos até o restaurante do posto indicado pelo Ralf. Se bem me lembro comemos até não mais poder comer e, pior, até não poder mais pedalar. E pensar que ainda tínhamos que voltar pra casa - humn, que preguiiiça...
Voltamos ao rancho, levantamos acampamento e lá vai: pedal na estrada! E dessa vez, ao contrário do equívoco de antes, pedal na verdadeira estrada da Faxina! Embora a volta tenha transcorrido bem, dado que a chuva chovia um pouco e a descida descia um muito, as merecidas fotos da magnífica estradinha resumem-se a uma (e mal tirada...) foto. Tudo bem, tem coisas que devem ser mais pedaladas do que fotografadas. Ou melhor, tem coisas que devem ser pedaladíssimas, se é que você entende o momento viajandão. Entende mesmo? Ou você só navega e não viaja? =)

bom dia barraca! bom dia arce!

bom dia thi! bom dia pneu da carroça! (ficou cheio agora)

mega foto da ponte de diodo, digo, da ponta do diogo, vista de outra ponta

panorâmica escarpista da vista da nossa escapada da estrada que deixou de estradar

ventava comoventemente

e o outro lado da estrada apinhado de refloresta

já vou lá! uma espera animadinha

encontrou a cadeira de balanço? bizarro e filosófico...

é hora de ir... vão, vão! vão embora, vão carregadas! vão, nuvens!

a entrada, digo, a estrada da faxina! agora com certeza implacável!

um pouco do começo do começo da maravilha da estrada da faxina...

...e desce rápido, já foi! aqui já é a estrada da itambé. ops!