Porto Amazonas

8 e 9 set 2007 2 dias 207 km

Ah, como fazem falta as viagens nesse site! Andamos passeando muito ultimamente... Definitivamente: muitos passeios e nenhuma viagem nos últimos meses de publicação - isso é tão dramático que essa viagem até parece passeio.

"Por que um projeto para Porto Amazonas?", você poderia se perguntar (assim como o lulis perguntou ao dú ao ouvir a sugestão de projeto). Fazendo uma consideração um-tanto-quanto-não-tão-simples, podemos dizer que já estivemos em um atrativo do município (ou meio, já que a Ponte do Arcos, visitada na viagem Purunã e Tamanduá, encontra-se na divisa com Balsa Nova) e, unindo esse fato a um material promocional sobre a região, surtou, digo, surgiu a idéia de explorar locais inóspitos nessa cidade até-que-próxima à nossa Curitiba-que-que-que-queremos-deixar-pra-trás. Uma viagenzinha (note, leitor amigo, que "viagenzinha" não é passeio, não!) super "pra cima" em que, contrariando a máxima "tudo que sobe tem que descer", descobrimos que "tudo que sobe ainda pode ter que subir mais um pouquinho".

Se anseias, caro leitor, por belas fotos e narrativas hiperbólicas, não deixe de visitar os detalhes nossos de cada dia. Por outro lado, se o seu interesse reside na localização espacial do trajeto oferecemos abaixo diversas informações geo-referenciadas no mapa e adendos. Se, ainda assim, desejas ardentemente mais informações sobre o município podes visitar o site da Prefeitura de Porto Amazonas, um sex-shop ou, ainda mais adequado, um psiquiatra.

Mapa & Tracks

Vídeo

1Mais um Morro do Cristo para coleção 1 dia 94 km
DIA 1 curitiba, campo largo, recanto dos papagaios, porto amazonas, morro do cristo

Começando com uma observação importante sobre o primeiro dia, válida também para o segundo e que, portanto, deveria constar na página inicial, é que essa viagem mais parece um ensaio fotográfico do dú (note, amigo leitor, que "ensaio fotográfico" não é passeio). Algo como um portfólio ou um narcísico perfil orkutesco (pormaisque neguemos veementemente qualquer contato com orkut e drogas alienógenas similares (aliás, nós sabemos tanto de orkut quanto você, culto leitor, sabe sobre os swrebowtchuelios hiphenomorfos)). Enfim, como a viagem conta apenas com a participação do dú (ator principal) e do lulis (fotógrafo e filmógrafo), as imagens resumem-se ao dú com o mundo no fundo, ao mundo com o dú no fundo ou ao fundo com o dú no mundo.

Primeira parada importante do dia: Recanto dos Papagaios. Fato curioso sobre este local é que ele é um dos destinos mais buscados (pelo procurador universal do universo: o google) daqueles que apontam para o site do odois. Isso quer dizer que a frase "Recanto dos Papagaios" pode atrair milhares de visitas. Curioso pois, afinal, ainda não fizemos um passeio dedicado para o local - ou seja, ainda teremos um passeio com o nome "Recanto dos Papagaios" para ser buscado, atendendo aos anseios do apressado tio gogool!. Não que isso justifique a inserção deliberadadamente repetitiva do termo "Recanto dos Papagaios" em páginas como esta a fim de aumentar a visitação do site - afinal, se o intuito fosse este nós escreveríamos várias vezes "como invadir o orkut", mesmo que não façamos a mínima idéia de "como invadir o orkut", do que é um orkut ou do que ele se alimenta (correm boatos, caro leitor, de que estas criaturas devoram a alma das pessoas para depois deixar expostos seus posts mais íntimos).

O excelente clima e a paisagem campogeralense (campos gerais, leitor, campos gerais) nos acompanhou pela BR277 até o trecho de acesso a Porto Amazonas. Daí para frente chega de campos gerais (desculpa, leitor, agora chega de campos gerais): o negócio é serra! Muito sobe-e-desce depois, chegamos nas proximidades da Cachoeira das Torres. Ao contrário do esperado, o atrativo não é divulgado e não possui visitação liberada. Bem, não possuía: após um bom tempo de conversa, o responsável pela propriedade autorizou uma visitação breve ao local. Realmente muito agradável, embora aparentasse ser muito visitada (há outros acessos não-oficiais, certamente, caro leitor).

Após uma íngreme descendente chegada (descendência ingrígena, autóctone leitor), seguimos para o que seria um pseudo parque da cidade, conhecido pela alcunha de Biquinha. Ou não encontramos (errávamos o nosso primeiro objetivo nesta viagem, certeiro leitor?), ou o local era realmente sujo - fedido mesmo - em função do rio Iguaçu (esse aspecto, caro leitor, não saberíamos aprofundar). Motivo suficiente para seguir ligeiramente ao Morro do Cristo (mais um, cristianíssimo leitor, mais um). Bem limpa e conservada, a área conta com uma boa vista da cidade, um grande (adivinhe, arcebíspico leitor (ou componente), adivinhe!) Cristo (sim, sim, mais um!), e.. ...e, bem, é isso. Fizemos alguns amigos que também estavam visitando o atrativo, não saberia citar o nome de nenhum agora (certamente não saberia, anônimo leitor).

Desconsiderando a parte complicada, partimos para a parte realmente complicada: chegar no pesque-pague-acampe-pouse (note, estabelecido leitor, que se há pouso é, definitivamente, viagem). Sobe-desce, sobe-desce, ao cair da noite montamos a barraca monte-durma praticamente às margens do rio Iguaçu inale-desmaie.

2Perau perdido 1 dia 113 km
DIA 2 porto amazonas, recanto dos papagaios, campo largo, curitiba

Uma manhã calma, tranquila e molhada (umidade do rio, hidrófilo leitor, do rio) nos animou para o segundo e último dia da viagem (perceba, contábil leitor, que se há um segundo dia trata-se de viagem, não passeio, viagem). Tínhamos em mente alguns objetivos locais antes de iniciar o retorno, embora o destino (ele, determinístico leitor, o destino) tivesse planejado outros destinos para nossos destinos.

Sem dúvida, o mais importante dos destinos em foco era o Perau do Corvo. Trata-se, segundo o site de turismo da prefeitura, de um riacho que despenca 15m sobre um paredão em meio a mata nativa... E, efetivamente, cascateiro leitor, foi esta descrição que nos atraiu para o que seria um dos melhores - se não o melhor - atrativos da região. Encontramos uma referência na internet e marcamos as cordenadas no GPS, caso não encontrássemos o local. E, adivinhe bussólico leitor, adivinhe: não encontramos! Depois de muitas voltas decidimos chegar ao exato ponto indicado no GPS. Foi, sem dúvida, uma das melhores (para não dizer bizarras, dantesco leitor, bizarras) cenas da história do odois. Dois cicloturistas e um GPS embrenhados no meio de uma mata homogênea, sem qualquer sinal de mudança na paisagem em um raio de muitos metros:

  • Du: Estamos chegando? (...) É aqui?
  • Lulis: Não, não. Mais uns 10m para a esquerda.
  • Du: Ah, então aqui mesmo? (...) Chegamos?
  • Lulis: Não, não, sobe mais uns dois passos aí. (...) É, por aí.
  • Lulis: (...) Aqui mesmo, pronto. Estamos no Perau do Corvo!

Pois é... Ainda encontramos uns antigos fornos e outras coisas estranhas abandonadas por ali (renderam ao menos algumas imagens, fotogênico leitor). Foi triste desistir (embora a perseguição a uma vaca desgarrada tenha animado a volta (vide vídeo)), mas compensaríamos ao voltar por um super caminho alternativo em que passaríamos pela famosa ponte dos arcos. Bem, passaríamos. Alguns portões fechados (you shall not pass, dear reader) e um pneu furado depois, voltamos transtornados por mais uma falha de planejamento (perceba, crítico leitor, que "falha" é usada em um contexto local, não se referindo à viagem como um todo - se bem que... bem, deixa pra lá, foi um passeio agradável).

Nota de indignação
Viagem! Viagem! Foi uma viagem, porra!!!

Deveríamos mencionar (deveríamos? não? não, caro leitor? ora, então não deveríamos? você realmente crê que não? então apresente sua queixa ao nosso e-mal-atendimento) que a viagem foi de suma importância na agregação de conhecimentos geográficos referentes ao perfil de altitudes do estado. Talvez o prezado leitor ainda recorde, deveras saudoso, das aulas do ensino médio (salvo o caso dos queridos leitorezinhos que ainda cursam o fundamental) sobre o estado atual (dos últimos milhõezinhos de anos) do relevante relevo do nosso atual estado (Paraná): ao litoral segue-se a serra do mar, o primeiro planalto e as escarpas, descendo suavemente ao segundo planalto... E então? Então que a parte do "descendo" é verdade mesmo, por mais que não pareça! Notamos isso quando voltávamos, ou seja: de Porto Amazonas até o pedágio (o alto da escarpa) sofremos enfrentando uma leve inclinação ascendente que não acabava nunca...

Muitos quilômetros depois ainda chegamos em casa a nos perguntar: Realmente existe o Perau do Corvo? O que quer dizer perau? Putaqueoperau, enfim, por que um projeto para Porto Amazonas?

Serviços #

Pousada Pesque-Pague San Rafael. Tel.: (42)3256-1335 / 3256-1415.

Expediente #

Du, remendo no texto, fotos e vídeos por Lulis.

Pedalado por du, lulis.

Publicado em 22 ago 2008.