Pregam os adeptos do cicloturismo que pedalar espanta o mau humor. E se for pra complementar o descarrego, elemental leitor, qualquer pequena queda d'água cai bem. Se for respeitável como a campo-larguense cachoeira da Boa Vista, do alto dos seus 38 metros, cai ainda melhor. Animados com a proposta do Fsfsbrício, partimos atrás da promessa de bons fluídos.

Pois é, atrás. Porque extrapolando o costume de pedalar na cauda da flecha, desta vez já nos lançamos atrasados. Só alcançamos a trupe - Fsbrício, Luiz Bixxo e Mildo - na clássica parada pra um café no Jusita, em Campo Largo. Não ouvimos muitas reclamações por dois motivos: 1. estávamos em maior número; 2. tirar sarro é mais divertido que reclamar; 3. não somos bons de conta; 5. dentro do jusita não chove.

Sim, fluidodinâmico leitor, dentro não, mas fora chovia. E, fora chover, fazia frio. O dia reservava muitos fluídos, mas o café tardio parecia ser o único quente. A chuva nos provou que água é bom, mas na dose e temperatura certa. Nem o calor do café, do pedal e da pequena trilha foram capazes de somar coragem para conhecer a cachoeira além das suas beiradas. Um belo salto, é verdade, mas num dia feio.

Recompensa pela disposição de sair pedalar em dia-de-ficar-debaixo-das-cobertas, pipocálido leitor, foi retornar ao conforto demi-sec do Jusita e polentear algumas saborosas iguarias culinárias. E se as promessas de bons fluídos não foram lá muito bem cumpridas, longuíssimo leitor, a companhia bem humorada dos amigos de pedal sempre desce macia e reanima.