Graciosa e Antonina
Sendo breve a viagem, breve seja o texto também! Com o intento de conciliar alguns anseios, planejamos uma viagem curta que, no primeiro dia, contaria com a participação de alguns convidados - amigos do fórum do pedal.com.br. Mal sabíamos o grau de participação que a viagem atingiria...
Planejamos o primeiro dia para apresentar aos convidados o traçado do antigo caminho da Graciosa, até as proximidades de Morretes. De lá eles retornariam como preferissem, enquanto o odois partiria para conhecer o núcleo urbano de Antonina, histórica cidade litorânea paranaense. Breve viagem, mas brava viagem!
Confira os detalhes e as belas fotos dessa aventura nos links diários. Vale o trabalho, pode acreditar: tamanho não é documento!
Em verdade, contávamos com dois amigos que há dias questionavam sobre o caminho velho da Graciosa, mas apenas o Lindomar teve condições de ceder ao nosso convite de última hora (embora o Gilson continue na nossa lista..). Mas em meio ao trajeto ainda coletamos mais um cicloturista, e mais adiante outros dois - ora, vejam, o nosso passeio já conta com sete cavaleiros bicíclides! Enfim chegou o dia em que contaríamos com mais convidados do que componentes em um passeio - pormaisque tenhamos convidado oficialmente apenas o Lindomar...
- Pormaisque
- Segundo a novíssima revisão da gramática moderna da língua portuguesa voltada ao dialeto cicloturístico brasileiro, pormaisque é uma conjunção coordenativa adversativa empregada na tentativa imediata de correção de orações vexativas.
- Ou seja, usa-se o pormaisque sempre que se fala uma cagada, emendando um complemento ou algo engraçado para corrigir ou desviar o foco de atenção, antes que os outros tenham tempo de apreciar sua ignorância. Veja os quatro exemplos a seguir - pormaisque sejam apenas dois...
"Vocês não acham que o cheps tava muito quieto na viagem de salto morato? - pormaisque ele não tenha ido..."
"Ah, nada como pedalar no domingo de manhã! - pormaisque hoje seja quinta-feira..."
O trajeto alternativo, atingindo a cabeceira da graciosa sem fazer uso da BR116, nos permite apreciar antagônicas belezas: a região nobre do alfaville contrapondo-se às pitorescas vilas serranas. Após o divertido e numeroso passeio, fomos presenteados com uma magnífica vista durante a descida da estrada da graciosa. Durante a descida ainda contamos com a companhia da esposa do Lindomar, escoltando de carro o grupo.
- O Caminho da Graciosa
- Conhecido ponto turístico do litoral paranaense, a Estrada da Graciosa é hoje um ícone de preservação natural e cultural. Seus recantos, em meio à preservada mata atlântica, há tempos conquistam turistas em busca do lazer ecológico. Em meio às suas belas curvas e trechos de pavimento original, entremea-se a história da colonização do Brasil. Construída para permitir o acesso ao primeiro planalto, a estrada confunde-se com o traçado do original caminho de tropas que lhe batizou: o Caminho da Graciosa.
- Hoje desfigurado, o caminho da graciosa originalmente conduzia do litoral ao primeiro planalto. Posteriormente complementado, atingia os limites de Curitiba nas proximidades do bairro Atuba. Abandonado em prol da utilização do Itupava, o caminho foi revigorado pela construção da Estrada da Graciosa. Trechos do traçado antigo, embora pouco documentados e de difícil identificação, ligam a Estrada da Graciosa à Quatro Barras, bem como esta ao trevo do Atuba.
Despedimo-nos dos convidados em São João da Graciosa, todos animados com os bons frutos do até então passeio, e seguimos para Antonina sob o signo do forte sol onipresente - e de uma forte chuva iminente...
Chegamos ainda cedo ao centro de Antonina, o que nos permitiu uma pausa generosa na antiga estação ferroviária - hoje Museu da Estação. Cientes do provável suplício, decidimos subir ao Mirante da Pedra empurrando as bicicletas carregadas. Depois de muito esforço atingimos o mirante, avistamos com grata surpresa a beleza que se estendia ao longe - mas durante pouco tempo: a chuva dava seus primeiros sinais. Em meio à descida tivemos que parar e nos esconder da tempestade sob nossa lona - acessório realmente indispensável...
Finda a chuva, ainda visitamos os ancoradouros e algumas ruínas (elementos que fazem parte da paisagem da cidade) antes de seguir em busca de pouso. Acabamos por acampar na Ponta da Pita, belo local onde pudemos nos banhar avistando a imensa muralha de montanhas que guarda, passiva, a baía de Antonina. Alentada a alma, restava-nos permitir ao corpo repousar, preparardo-se para subir a serra no dia seguinte...

próximo ao trevo do atuba, pra não deixar dúvidas de onde começamos

aproveitando o escasso trânsito da estrada do alphaville

chegando no centro de 4 barras, à direita (a foto prova!)

a fabulosa vista da serra amanhecendo... (olha o pp lá!)

bom, aqui a placa fala por si só, agora não tem mais erro

na velha graciosa, já com todos os participantes extras

parada clássica, foto com a trupe completa

o lindomar camelando na bike do lulis... test drive de alforge

paisagens campestres, céu impecável e bicicletas... é o éden?

emocionante presenciar e participar dessa quase caravana...

se chegando à conhecida estrada da graciosa, pr410

prossigamos, ainda falta da missa a metade mais divertida

embasbacados diante dos gigantes da serra do ibitirati

no 1º recanto, a chance de ver o mar ao longe

e aquela montanha, qual é? sei não, baixinho, sei não...

o lindomar com a esposa. e o magrão comendo bala de gengibre

não sei, confunde, é muita curva... cala a boca e continua descendo

um e setenta e cinco, dezoito anos, ciclista, hein? ah, sim, é uma ponte

o morro do sete, perguntando quando a gente volta para subi-lo

uma pequena amostra das curvas... que violência!

lindomar, na bike, tentando ver o lindo mar, ao longe...

agora dá pra entender porque o morro do sete faz sucesso?

agora somente o o-dois (ou três), no rumo de Antonina

o museu de antonina, antiga estação ferroviária

no pátio do museu, exaustos, improvisando um almoço tardio

de alforge e tudo, subindo o caminho do mirante da cidade

panorâmica da vista do mirante 5 minutos antes do temporal

será que uma nuvem nervosa estava exatamente sobre a gente? será?

depois da chuva, a casa toda pingando escorada na escada

ok, eu perdi o meu medo meu medo meu medo da chuva, vamos lá

no ancoradouro, tão secos quanto a lona nos permitiu ficar

uma das muitas ruinas da cidade, com uma nesga de bom tempo ao fundo

odois em ruinas... mas a gente supera

acampando na ponta da pita. da pita, viu. da pita!

a baía de antonina e a maravilhosa vista das montanhas

à noite, um olhar poético da prainha ao lado da ponta
Nada como amanhecer em uma barraca para entender o verdadeiro valor de nossas camas... Ainda semi-acordados, providenciamos um reforçado café da manhã. Apreciamos um pouco mais das belas paisagens que se formavam por todos os lados e, como não poderia deixar de ser, levantamos acampamento...
Atravessamos o centro de Morretes e atingimos a BR277. O sol castigava e o intenso calor, mesmo após a parada obrigatória no pé da serra, não permitia que os ânimos se recompusessem como de costume. Em meio à serra o lulis não aguentou e requisitou uma parada extra para descansar sob uma das escassas sombras que se viam. Parece que a neblina que sempre predominou nas subidas de serra não era tão ruim assim...
Salvos em casa, nos restou fechar os olhos a relembrar toda beleza que vimos, algo entre alegres e exaustos, meditando: pra onde agora?
Expediente #
Convidado por Lulis, mapa por Lulis, empolgação para escrever o outrélio por Lulis, e talvez o Du tenha ajudado com alguma coisa.
Pedalado por du, lulis, thiago, lindomar.
Publicado em 13 mar 2006.