Colônia Cristina
Se houver uma série mais longeva do que Friends por aqui, netflíxico leitor, trata-se de Biparcanoob, sem dúvida. Pode contar, por baixo, mais de dez temporadas em esporádicos episódios ao longo dos últimos 15 anos.
- Biparcanoob (Bipa, para os íntimos)
- A famosa conjunção de fome com vontade de comer é, talvez, demasiado modesta para explicar o fenômeno Bipa. A múltipla atividade ciclística, somada com a raiz forte e quadrada da fome¹, fatorada por uma oferta modesta e justa de refeição, estabelece um laço que dificilmente pode ser quebrado.
- Assim como em um eclipse, em Biparcanoob a observação separada dos elementos constituintes não revela o fato gerador do fenômeno. Isoladas, nem a fome decorrente da atividade ciclística, nem a oferta modesta e justa de refeição são capazes de criar um movimento tão forte quanto Bipa.
- As primeiras manifestações Biparcanoob sequer foram registrados neste sítio, infelizmente. Por aqui a Bipa só foi apresentada em 2012 (NOVA, Mariental e Balsa), seguida de novo relato apenas em 2015. Registros à parte, desde a primeira mística ocorrência diversas foram as incursões cujo objetivo primevo seria, novamente, manifestar o fenômeno Biparcanoob.
- Se chegaste a este ponto da nota, sedento leitor, certamente merece receber a transmissão do conceito formal: Biparcanoob é a sigla para "Busca Implacável Por Almoço no Restaurante Central de Alsa Nova, OOops!, Balsa"². E, para além da definição, socrático leitor, cabe a hipótese: todo roteiro como este talvez não passe de mera desculpa³ para Biparcanoob.
(¹) E, afinal, estamos falando da vontade de comer.
(²) O restaurante não abre domingo, atenção!
(³) Mas tem que cansar.
Para os bem entendidos, esta desculpa aventura se trata de mais um belo roteiro pelas cercanias de Balsa Nova que, casualmente, culmina em um almoço barateza no restaurante central.
- Vocês já não tinham explicado isso? Escrevem uma nota gigante e ainda tem que repetir?
- E se você não leu a nota?
- E se eu não ler essa aqui também?
- Aí isso é meio que problema seu, mesmo.
- E precisa ser mal educado?!
Desculpa.
Arregimentados e orientados pelo astuto, ágil, adaptável e um tanto quanto belicoso Leandro Tag, pretendíamos percorrer caminhos de terra desde Araucária até os limites de Contenda. Isto antes mesmo da parada para o almoço. Sendo a pretensão maior que a competência, uma adaptação foi logo proposta nas proximidades da Colônia Cristina - esta mesma que dá nome à expedição, haja vista ao esforço exigido por sua transposição.
O almoço almejado, portanto, adiantou-se. De ânimos recobrados, ousamos escolher um caminho de volta há muito não percorrido - a Estrada do Bugre. A visão da escarpa torna a volta - e a digestão - muito mais agradável. E talvez, irônico leitor, seja justamente ela a próxima desculpa motivação para deseclipsar mais um episódio da nossa farta série de almoços em Balsa Nova.