Campestre e Marcelino
No curitibocentrismo, Mandirituba é muito longe, bem pro sul. Lá pra lá, depois de Fazenda Rio Grande. Já as colônias de São José dos Pinhais ficam a um pulo da capital. No centro desse universo metropolitano a Colônia Marcelino é um marco: a 900m da igreja local se encontra a tríplice fronteira. São José, Fazenda e Mandirituba num só ponto, um exercício espacial de tunelamento desconexo que somente pedalar é capaz de proporcionar.
Nesse ritmo de conexões improváveis fizemos um circuito na região, inaugurando um setor mal-e-porcamente explorado por nós. Ressaltar "nós" aqui é importante, afinal Pedaleirão, Tag, Fsfs e muitos outros colegas já viraram a região de ponta cabeça. E veja que mesmo sob mau tempo, barométrico leitor, a paisagem impressiona tal qual a souvent visité Campo Largo.
A surpresa de meio-de-pedal foi sentir-se em Prudentópolis quando avistamos uma típica igreja ucraniana no meio da paisagem rural. A Igreja da Santíssima Trindade, maior-e-mais-ucraniana que as nossas referências, já estava pelos finalmentes quando passamos ali.
Floradas defloradas adiante, retornávamos pela BR116. Parcialmente interditada pela duplicação, a meia-rodovia foi praticamente uma ciclovia de duas faixas até Curitiba. Curitibocentrismo à parte (mesmo a parte que não cabe), pedalar tranquilo assim é que seria ciclomobilidade de verdade.

iniciando a contenda rural

terra à vista! não viemos até aqui pra ficar no asfalto, né?

falando em terra, lávemodu

mal começou e já estão apelando pra subida em zig-zag e pedal de pé...

...com direito a paradinha no alto de subida pra descansar!

é, vai sorrindo: conseguiu burlar a vistoria e tá tentando homologar uma crosscountry

daqui ainda dá pra ver essa roda 700 - thi, você leu os pré-requisitos do roteiro?

não adianta querer disfarçar tirando onda de guia de turismo

o fotógrafo também é conivente no escândalo das rodas 700, nada de mostrar o thiago

fica tirando foto de florzin... êta, ficou bonita essa!

é brincadeira thi, se o arce já pedalou de speed na ferrovia, vale tudo

vale até propina pro fotógrafo não usar o zoom

pagando bem o fotógrafo tira foto até de flor que nem brotou ainda!

fora a ausência de revestimento floral, as montanhas não podem reclamar da cobertura

nesta altura o horizonte climático parece mais divertido

vem cá, thi, deixa eu te explicar umas coisas sobre largura de pneu

em suma, quanto mais fino, menos grosso

se fosse uma pintura, críticos criticariam a perspectiva distorcida e irreal

o que um cicloturista vê nessa foto? REVERrefrigerante vagabundo!

não tá muito católico isso, mal viram a igreja santissima trindade

e se o vento varresse as nuvens pra debaixo do tapete verde?

coragem, pessoal, vamos conseguir camisetas maiores pro thi algum dia

a vista do alto é boa, mas as flores deixaram a desejar nesse passeio

parece que finalmente saiu um passeio com mais descidas do que flores

e como nem tudo (ou quase nada) são flores, as subidas sempre estarão lá

aí a sabotagem já está escancarada! camuflar a bike, thi?

o teu perfil não nega, mulata

a mensagem foi claramente direcionada ao fotógrafo

ciclovia explorada em largura e profundidade

chamar de linha verde é ironia depois de toda ruralização de hoje!
Expediente #
Texto e roteiro onboard por du, fotos por lulis, chuva por joinville.
Pedalado por du, lulis, thiago.
Publicado em 7 mai 2015.