São Gabriel e Santa Gema
Embaçado, não há melhor adjetivo para esta expedição. Esta que seria mais uma célebre sessão de caça às estradinhas (por estradinhas), não fosse um detalhe: o jogo virou e fomos caçados. E quem nos caçou o fez por estradinhas. A temporada de caça teve início nos modernos insights proporcionados pelas aéreas observações do famigerado GEarth:
- Não, isso não deve ser um porteira.
- Parece ser uma região tranquila.
- Ah, uma pedreira! Pedreiras são sempre legais.
- Nem deve ser taaanta subida assim, o programa sempre dá uma exagerada.
Estas e outras ideias erradas só complicam a vida ciclística in natura. E foi por estas e outras que achamos uma pedreira ainda não navegada em Colombo. Chegamos num pedalar-meio-perdido em busca de rochas, uma trilhazinha estreita aqui, um estacionamento-precipício-pedreira sinistro ali. Carros velhos e novos pseudo-abandonados, um trampolim (de carro), e um cachorro ao fundo demonstrando claros sinais de que algo estava errado. Nós!
- São Gabriel e Santa Gema
- As localidades de São Gabriel e Santa Gema ficam entre as duas Colombos (a da Uva e a do Maracanã). O percurso que leva até elas é uma ótima alternativa para quem quer dar uma voltinha por Colombo (da Uva) mas prefere evitar as rodovias movimentadas. O caminho inicia na estrada do Santa Cândida e segue por trechos de asfalto e terra, integrado em boa parte ao Circuito Italiano de Turismo Rural.
Acesso: Partindo da Igreja do Santa Cândida (R. Padre João Wislinski, Curitiba) sentido Atuba, entrar na primeira rótula à esquerda (3ª saída). Seguir sentido São Gabriel, Santa Gema e, então, Colombo.
Mais-que-depressa agilizamos a saída por uma estrada local até um portão. Só que do lado de dentro. Entre abrir e passar, um gentil senhor e seu simpático cão se aproximaram, ambos dotados de um bom humor questionável, solicitando sugestivamente que não o visitássemos mais.
Nessa hora até a máquina fotográfica do Arce suava de medo, recobrando o sentido muitos quilômetros depois. Sipicamos dali pro Morro da Cruz, pedir um pouco de proteção para os pedais futuros. Vai precisar.
- Morro da Cruz
- Mais desse destino pop por aqui mesmo.

mas é por aqui mesmo du? pedal estradinhas urbaninhas

reminiscências do santa cândida. e do arce também, que não apareceu muito nas fotos

a primeira opção de acesso era reto toda vida (reto mesmo, naquela vala ali)

não parece que vai dar futuro isso aqui

agora sim uma single track digna da aproximação de um grande atrativo

tava bom demais, a coisa já tá ficando...

embaçada! uma pedreira de extração de carros?

não thiago, talvez não seja o melhor caminho

tava avisado, isso não leva a lugar nenhum

corta pra cena 10, após o susto, com a máquina ainda suando

paradinha pra agradecer pela preservação da vida

garoto serelepe pedalando no meio do nevoeiro

diante das circunstâncias até poderíamos prever o futuro dessa

santa gema, somos muito gratos pelo atendimento das nossas preces

finalmente passou o susto, a câmera voltou a respirar tranquilamente

essa história da câmera com medo tá estranha. não seria o câmera?

é, com medo de ter gastado uma grana na câmera que não era lá tão valente quanto dizia...

também não precisava jogar tudo do alto

quase matando as saudades da vista do morro da cruz

e do aniversário do ausente câmera que foi aqui outrora

du tá parecendo um mendigo da cruz (não-o-mendigo-gato-de-curitiba)

merchandising estilo novela

porque ainda insistem em descer pelo lado ruim?

- aí o cara falou: vai gostar de papagaio assim no quinto dos inferno
Expediente #
Texto, roteiro e comentários trêmulos por Du, fotos por Arce, cagaço por todos.
Pedalado por du, thiago, arce.
Publicado em 25 out 2012.