São Roque e Ferroviários
A memorável viagem de Erechim deixou muitas lembranças boas e uma patela ruim. Depois de um tempo de molho, o joelho do Lulis foi levado para um passeio de recuperação. Roteiro leve para provar o joelho e também provar que a graça de um pedal nem sempre está nos trechos em que se pode pedalar.
Pouco quórum, pouca dificuldade, pouca segurança, muita pulada de cerca e boas risadas. Dia bonito com alguns trechos feios, mas imagens alegres. O curto passeio ladeou a conhecida Piraquara II, mas com diversão garantida justamente nos trechos de trilhas e trilhos em que as bicicletas montavam o ciclistas, e não o contrário. Cerca, valeta, porteira, trilho, ponte e outros obstáculos foram transpostos pelos aventureiros desmontados nas proximidades de algumas antigas (e extintas) paradas ferroviárias entre Pinhais e Piraquara. Só mesmo o trem passou pedalando por ali.
- Ferroviários
- A estrada de ferro que liga Curitiba a Paranaguá é a mais antiga do Paraná, datada de 1885. Entre as estações de Pinhais e Piraquara existiam dois pontos de parada: a estação Engenheiro Coral, no cruzamento com a avenida dos Ferroviários (junto à entrada da Colônia Penal Agricola); e a estação São Roque, que oferecia acesso aos funcionários do Hospital de Hanseníase homônimo. Atualmente resta pouco mais que o piso depredado no antigo local das extintas plataformas.
Fontes: Estações Ferroviárias do Brasil
No fim, tudo nos trilhos e tudo muito plano, como prevê um bom plano de reabilitação. Encerramento de pedal e ano com caldo de cana, panetone, joelhos felizes e o prazer de achar muita graça em pouca coisa - e rir das pequenas alegrias da vida.

não é lá uma stairway to heaven, mas tem seu charme mesmo lisinha

como é sentir-se ultrapassado por um veículo ultrapassado?

aos poucos a estrada embarrigada na barragem fica pra trás

bem aos poucos, dada a disposição pré-natal dos meninos. jesus!

como fazer um gps com um celular e dois pedaços de câmera

estradinha até que bem lisinha, né?

e de repente, assim, foi-se a estrada pelos ares

acessos alternativos de gosto e segurança duvidosos

falando em segurança, tem coisa que o gps não mapeia, não

natal é tempo de alegria! e de esfoliação (escascação!) de eucaliptos

cerca aqui, cerca acolá, vai baixando até o chão

estradinhas e céu tão lisinhos que tudo corria muito bem

pra quem achou bonitinha a fazenda, cpa é de colônia penal agrícola

ah! atrás de um trilho resiiide um velho miiiilho! sabe?

vô-numvô?

olhando por esse lado até parece que num passa trem aqui não, sô

se bem que até o matinho tá encostando o ouvido no trilho...

tudo parece tão calmo e tranquilo que até a borboleta se deixou fotografar

ah, ele vinha mesmo, né? já estávamos escolados de outros sustos...

valente mesmo foi a bike do thiago, não pegou carona por pouco

agora sim, atravessemo sem esses trem doido, sô

poético é viver fazendo sombra na ferida que abriu em quem lhe provê sustento

estradinha quase inexistente, nem tão lisinha... mas bonitinha, a danada

por aí não dá pra passar: nem a energia passa!

as fundas cavas, opa, lindos lagos são espelhos dágua

os puristas nos perdoem, mas vegetação de banhado é um troço muito fálico

será que ainda restam forças pra pular mais uma porteira?

nuvem em forma de dragão ou o melhor é quando é em forma de baleia? oo-ô-Ô!

tá, chega de pular cerca que agora a porr# ficou séria!

caldinho de cana, pra fechar um dingobéus bem tropical!
Expediente #
Texto, fotos e roteiro café-com-leite por Lulis, disposição natalina por Thi.
Pedalado por lulis, thiago.
Publicado em 10 out 2012.