Palmital e Saí Mirim
Previsão do tempo em Joinville: o de sempre, chuva com possibilidade de tempo aberto em alguns momentos (do ano). Na primeira incursão nua e cruamente planejada (e dirigida) por Mr. Heil, o anfitrião deu o melhor de sua terra vivendis, inclusive o tradicionalíssimo céu nublado.
Logo de cara já bem se vê que rodar por aqui, apesar de molhado, é mais fácil. Desnível significativo na planície litorânea catarinense é de duzentos, trezentos metros - diferente do 1º planalto paranaense que exige bastante em qualquer esticadinha (isso inclui as serrinhas da Praça da Ucrânia, Santa Cândida, Cândido Hartmann, Manoel Ribas...)
- GeoNota
- Onde?!!!
Ok, ok: menos Curitibanices, mais Enjoyviltudes. Na Balsa que sai do Vigorelli é possível contrastar o pseudo-bucolismo do embarque com o total-bucolismo da saída. O trapiche na área de São Francisco do Sul é um "montuadim de terra ajustada com a pá". Os quilômetros seguintes também fazem valer a vista desde o mar, nenhuma casa e nem sinal de habitação ou cultura. Até aqui algum - raro - movimento de veículos indo e vindo de Vila da Glória. A partir do início da estrada Palmital, só o caminho mesmo. A gente se inclina (assim como algumas moradias locais) a pensar que está tudo abandonado.
- Est. Palmital
- A estrada Palmital segue paralela ao rio de mesmo nome, conectando a porção continental de São Francisco do Sul (Vila da Glória) à Garuva. O caminho segue nas proximidades de Joinville (ligação por balsa), passando por poucas localidades habitadas. É transitável (mesmo de carro) e convidativamente plano, adornado por casas abandonadas e córregos limpos. Apesar da tranquilidade habitual, durante o verão (principalmente finais de semana) o trecho até a balsa recebe movimento intenso de Vila da Glória (pesca, pousadas, restaurantes).
Acessos:
1) Via Itapoá, seguindo em direção à Vila da Glória e depois desviando do acesso à balsa
2) Via Balsa do Vigorelli, em Joinville, tomando o trevo à esquerda 8km depois do desembarque
3) Via Garuva, em direção à Palmital e depois Baraharas.
Novo entroncamento e recomeça a vida. O rumo é Saí Mirim, entrando e saindo da novíssima estrada do Porto de Itapoá. Toda a descontração da vida plana muda de sentido, surge uma serrinha “daquelas” rumo ao sul. A recomendação do Mr.Heil era um casarão muito antigo que há por ali, bem sinalizado - e devidamente encontrado e visitado. Isso por fora, pois ainda há gente vivendo ali - pensaríamos duas vezes antes de entrar do mesmo jeito. Pra alongar o já alongado, uma caminhada até a Cachoeira do Casarão (que pelo visto atrai mais gente do que o próprio).
- Cachoeira do Casarão
- Na área continental mais pacífica e preservada de São Francisco do Sul, localidade de Saí-Mirinzinho, em meio à Mata Atlântica, escondem-se um Casarão do inicio do século XX e uma bucólica Cachoeira. O caseiro fica ao lado do Casarão ou no trevo de acesso. Não se permite entrar na construção pois esta ainda é habitada, mas a vista externa é suficiente para apreciar as paredes de madeira e barro que sobrevivem até os dias atuais.
- Uma trilha breve (15 minutos) leva do Casarão à cachoeira, onde existem piscinas naturais convidativas. Na dúvida um guia local (cachorro muito simpático) pode ajudar com o caminho. Para visitar os atrativos é necessário pagar uma pequena taxa de acesso à propriedade.
Acesso: Est. Saí-Mirim, a partir do Distrito de Saí (Vila da Glória, Baía da Babitonga) ou localidade de Saí-Mirim (pertencente à Garuva). Há uma placa indicando o acesso ao Casarão.
Descendo a serrinha aportamos em Vila da Glória, lembrança histórica da viagem de Florianópolis. Dali o tempo resolveu incomodar de vez, chegando na base catarinense (pra embarcar na Catarinense) com um pé d'água daqueles. Diz o anfitrião que melhor assim do que os dias mais quentes do verão. Tomara.
Expediente #
Texto e fotos por Du, roteiro por Heil.
Pedalado por du, heil.
Publicado em 10 fev 2012.