Prudentópolis
Toda pessoa guarda uma lista daqueles "porfazeres" aventureiros - potenciais histórias que um dia, quiçá, se tornarão realidade. Mesmo que negue, mesmo que diga que está velho demais pra isso, mesmo que esconda dentro da sua cabeça, a lista está lá. Agora pare por um minuto e pense na sua lista, planejante leitor. Estás cumprindo com o prometido? Por quanto tempo um projeto fica incubado nela? Uma semana, um mês, um ano? Essa interacionística introdução tem tudo (e mais uns anos) a ver com a nossa ucraniosa visão de Prudentópolis. Esse sonho odoisíaco existe desde antes de haver “expedição” no cerne do “odois”. Não consta nem no velho testamento do odois. Na verdade esse anseio precede eras ciclozóicas tão antigas quanto a Era Disco e a Tomada da Pastilha, importantes fatos históricos do meio ciclístico.
Decidimos realizar o sonho de Prudentópolis (não o da cidade, o do odois mesmo), ainda que quebrando paradigmas deste castiço grupo (é, o odois). Desesperados por alcançar tão desejado circuito de gigantescas e intermináveis cachoeiras, abandonamos a indestrutível saída-sempre-pedalando-da-terra-natal e aceitamos humildemente viajar de Princesa. Assim, pela primeira vez na história do odois a expedição começa antes de começar: partimos de Curitiba a Prudentópolis princesamente na heialidade uma noite antes, iniciando a expedição propriamente dita já em terras avanço-planálticas.
- Prudentópolis
- A 207 km de Curitiba, a cidade de Prudentópolis situa-se em uma região que abriga um dos poucos remanescentes significativos de Mata de Araucárias no país. Colonizada no final do século XIX, a cidade cresceu em torno do povoado de São José do Capanema, entre o primeiro e segundo planaltos paranaenses, sendo ocupada progressivamente por mais de 17 mil colonos ucranianos, poloneses e alemães. A região é considerada um pedaço da Ucrânia no Brasil, uma vez que cerca de 80% da população local tem esta descendência. Esta influência é fortemente observada na peculiar arquitetura e numerosa quantidade de igrejas do município, algumas ainda preservadas em madeira, verdadeiras relíquias. As igrejas típicas podem ser identificadas por uma base octogonal e uma torre central sobre os telhados, acabando com uma cúpula que parece a silhueta de uma pera.
- Ainda que seja considerada uma Capital de Oração pela quantidade de igrejas e santuários, ou mesmo um expoente da cultura ucraniana no Brasil com importantes grupos folclóricos (como o Vesselka), Prudentópolis é popularmente conhecida como a Terra das Cachoeiras Gigantes - título que certamente não é atribuído à toa. A geografia da região contribui com o terreno bastante acidentado, rios de águas caudalosas que serpenteiam e caem pelas diversas escarpas e cânions abruptos. Prova disso é a região abrigar a cachoeira mais alta do sul do Brasil, além de outras cinco que também estão entre as vinte maiores do país.
Fontes:
Paraná, Brasil: Turístico, Ecológico e Cultural - Empresa das Artes, 2005
Paraná Espaço e Memória: Diversos Olhares Histórico-Geográficos - Bagozzi, 2005
Gazeta do Povo
As belezas naturais e históricas da região deram o tom mágico da viagem, uma aventura recheada de divertidas superações e salpicada com curiosos causos - cenas do animado vídeo e das páginas vindouras, folheândrico leitor e, porque não, paginática leitora (sim, não esqueçamos as leitoras!). Independente do sexo e das listas de porfazeres, estejam prontos para mergulhar nessa molhada expedição que representou muito mais do que apenas um item na lista deste tobateístico grupo amante da boa natureza, da boa serra e das praládeboas águas verticais!
Capítulos
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1Estrada Velha da Serra da Esperança 1 dia 78 kmDIA 1 prudentópolis, estrada velha da serra da esperança, guarapuava
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2Guairacá e Salto São Francisco 1 dia 87 kmDIA 2 guarapuava, estrada do guairacá, guairacá, salto são francisco, prudentópolis, linha paraná, recanto perehouski
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3Recanto Perehouski, Saltos São Sebastião, Mlot e Manduri 1 dia 47 kmDIA 3 recanto perehouski, linha paraná, linha são sebastião, salto são sebastião, salto mlot, linha paraná, linha manduri, recanto rickli, salto manduri
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4Saltos Barão do Rio Branco, Sete e São João 1 dia 61 kmDIA 4 recanto rickli, linha manduri, salto barão do rio branco, linha manduri, linha ivaí, linha nova galícia, salto sete, vila ucraniana, salto são joão, recanto cassiano, linha barra bonita, prudentópolis
Pense e calcule conosco, hipácica leitora, talético leitor: o que acontece quando nos planejamos durante 8 anos para uma expedição de 4 dias? O quê? Acontece o óbvio: 70% das decisões são tomadas na última semana. As outras 25% são tomadas no dia anterior à partida (e as restantes nem são tomadas, são engolidas pelo caminho, mesmo). E assim, nos momentos finais da preparação do roteiro surge uma filosófica fonte quintenária de informação que indica a existência de uma possível ligação epetacular entre Prudentópolis e Guarapuava. Uma tal de estrada velha.
- Redator II: Interrompemos o apaixonado-por-caminhos Redator I por omissão de tópicos relevantes.
- Redator I: Quê? Nem comecei ainda! Quequeu tô omitindo?
- Redator II: Então quedelhe o tal "dia 0" de ônibus?
- Predator III: Ô ô ô pessoal, seis não vão contar que eu e o Thiago fomos de carro, hã?
- Predator III: Ôo, desculpa, hã, não pode escrever em primeira pessoa, hã? Posso usar "como diria o outro", hã?
Ok, ok, voltemos ao "dia 0", fim do dia à lusco-fusco e 18ºC: Du e Lulis entram na sala de embarque da rodoviária de bicicleta (não, não uma rodoviária de bicicleta, uma de ônibus mesmo) e megazordicamente transformam um par de cicloturistas em dois malas médios, uma grande mala grande e duas desmontocicletas. Muito bem assessorados pelos funcionários da princesa (súditos da realeza), ciclo turistas e bagagens rumam seguros em excesso para Prudentópolis. Não muito distante dali, Mr. Heil e Thiago rumam (como um raio) para o mesmo destino. Uma bela noite de sono em hotel, todos na expectativa de começar a saltitante expedição (e que saltos!) no dia a seguir. Dia que tinha como objetivo, diga-se de passagem, a "Estrada Velha da Serra da Esperança" (rá!).
- Advertência
- Se você não conhece Curitiba e região pode pular o parágrafo a seguir (dê um salto e ganhe outros).
A tal estrada velha é mais ou menos uma torta assim: pegue a Estrada da Graciosa, reserve uns 15 anos parada, só passando uma pincelada de charrete por cima. Misture um pouco de caminho do Itupava pra engrossar o mato. Decore o traçado à lá BR277, com inclinação leve e curvas brandas. Acrescente porteiras e mata-burros à gosto, salpicando alguns bi-trens de madeira nas extremidades (da estrada, não do bi-trem). Pronto: você acabou de assar, digo, achar a estrada velha na sua mente!
- Estrada Velha da Serra da Esperança
- A "um dia estrada" (hoje trilha) velha da Serra da Esperança liga a região conhecida como Relógio (arredores de Prudentópolis) às proximidades da cidade de Guarapuava (e vice-versa), transpondo do primeiro para o segundo planato paranaense. O trecho todo tem 25km de calçamento de pedra - pavimento ora em ótimo estado, ora destruído (principalmente próximo às encostas). Dadas as condições precárias em alguns pontos é recomendado percorrê-la de bicicleta (aprovado pelo odois), moto ou um veículo 4x4.
- Da estrada é possível avistar algumas quedas d'água, como o Salto da Fazenda Araúna, além da Serra da Esperança e o famoso Morro do Chapéu. Quem inicia o percurso partindo de Prudentópolis enfrenta uma subida dos 770m de altitude até os 1220m do fim da estrada. Apesar da diferença, a inclinação é leve na maioria dos trechos (leia-se pedalável com carga).
Acesso
Subindo: No sentido de Prudentópolis para Guarapuava, o acesso está no lado esquerdo da via, 1km antes da Praça de Pedágio do Relógio, na BR277.
Descendo: No sentido de Guarapuava para Prudentópolis, o acesso está logo após a Polícia Rodoviária da região de Guará, no lado direito da via. Nota: como há algumas bifurcações pelo caminho, é melhor ir perguntando ou utilizar nosso mapa.
Apesar desta gastronômica descrição da estrada velha, o vídeo e as fotos ilustram melhor o quão gostoso é o caminho. Contudo, pandórico leitor, esse abandono de 15 anos só tende a piorar a situação da estrada (ou melhorar a da mata): mais uns 10 anos e talvez não haja mais pedra-ao-lado-de-pedra pra contar história. Assim, se a estrada agora está na sua lista de porfazeres, é bom ir conhecê-la ainda nesta década.
Um dia de poucas águas, com alguns riachos ao longo da estrada e o Salto da Fazenda Araúna ao longe. Ou melhor, nem tão poucas: a chuva gelada no final do dia e da estrada caiu como um balde de água fria. O plano, claro, era água de cachoeira e de caramanhola, nada mais. Mas a chuva vai e o ânimo vem. Paradinha no posto pra lavar as enlameadas bicicletas e desembarcar bonito na epicêntrica Guarapuava e lávamos nós: que água fria, que nada, a partir de amanhã é coqueluche de cachoeiras!

pedalando dentro da rodoviária de curitiba no dia 0

que folga, uma expedição que começa sem pedal e vai direto para pizzaria

irmãos, vamos dormir, sempre em direção da luz

aquele caras que comiam mandioca pela raíz, só que tomando café da manhã em hotel

praça matriz, finalmente parece que vão usar a bicicleta para alguma coisa

ah, não poderia faltar coreto para uma correta coleção de fotos correlatas!

igreja são joão batista, uma das matrizes complexas e importantes da cidade

apocopados e curtindo um rodovia jamais percorrida pelos próprios

pêlos próprios? claro que são pêlos próprios, vão ser de quem?

aqui as ultrapassagens são mediadas por áreas de litígio

pelo jeito os turistas não entenderam muito bem qual o esquema da ultrapassagem

casting: mr heil em mais uma expedição daqueles que não tem amor à propria vida

barbaridade tchê, esse trevo do relógio é uma coisa confusa mesmo

qual trator está no sentido incorreto? horário ou anti-horário, segundo o relógio?

mas não é o morro do chapéu coberto de nuvens?

tá animandinho pra subir a serrinha, caro roteirista?

o olhar do thiago já aponta uma certa desconfiança nos caminhos

o senhor raio, com seu olhar 43 quilômetros para chegar em lugar algum

alguém avisou o lulis que o pedal já começou ou ele vai acordar depois?

as espécies (não só de ciclistas) por aqui também são, em alguns casos, distintas

pormaisque existam espécies recorrentes de piadas - alta reprodutibilidade

e então bono lincoln, quais são os planos para salvar o mundo dos ciclistas?

tá quase aparecendo o cume do morro do sr. chapéu

a entrada para a estrada velha da serra da esperança, antes do pedágio

pessoal, vocês também não estão botando grande fé nessa alternativa?

é quase um telégrafo, vai afunilando, afunilando e desmanchando...

fila quase indiana, o mato tá invadindo! vamo com fé, pessoal

parece que daqui pra frente vai estabilizar a cara da estrada, vamo vamo!

finalmente, é sem dúvida um morro de tirar o chapéu

sobre aquele papo de estabilidade na estrada: deixa pra lá, vamos caminhar

aula de perspectiva I: encontre o outro ciclista!

pedala pedala, já estamos chegando na metade de algum lugar longe de outro

finalmente um mirador, vai começar a sessão de descarrego de água

ôh lulis, você tá olhando pro lugar errado, a cachoeira está à sua esquerda

a frase "único cara que sua a camisa pelo odois" vai colar (na camisa)

e então, vamos procurar algum caminho aí nesse mato?

não chama o roteiro de mato não, o roteirista fica brabo

veículos lentos permaneçam na faixa da esquerda na subida da serra

aula de perspectiva II: vamos repetir o exercício anterior na aula de hoje

me parece que aqui é o cume, não, mr. rot? armar a barraca e ficar?

hum, a descida tá bem mais tentadora...

pelo jeito aqui eles têm belas plantações de topo

falando em topo, olhando pro topo só parece que vem tempo ruim por aí!

campos de altitudes pinusféricista de derrubar qualquer um (pinus)

fotos do fotógrafo são sempre intrigantes, será uma montagem?

essa outra é uma desmontagem geral

o patrocinador concedeu uma sacola grande para guardar o isolante térmico

pelas contas altimétricas aqui é o cume verdadeiro, a estrada está sem erosão

mata-burro, um de tantos que controlam a passagem de... de tudo por aqui

vocês estão cercados (e nós também)

pelo tipo dos buracos estão iniciando a descida, prodece?

thiago desmichando o cadeado que não foi michado. que cadeado?

de ausência de vida para alto tráfego de caminhões bi-trem

mas a estrada ainda é a mesma, a velha pinusvia da esperança

sempre de olho nas concorrentes, aposto que está com medo dos pinus filhotes

não vai mais faltar conteúdo para as aulas práticas de perspectiva

no fundo no fundo tem um céu azul. roteirista, é por ali?

dois ciclistas, três casas, um lago, duas estradas. vai procurando...

a maioria ganha: tem mais formiga do que du na sapatilha. que dó, que dó!

você sente a presença do criador nessa foto?

ô, criador! que roteirinho mais complicado, hein?

uma atinguidade isolada refletindo

finalmente, chegou a hora do almoço. o que será servido na estrada?

x-ciclista. e pode encomendar uma chuva forte pra viagem

oh pessoal, parece que vão entregar a chuva forte agora

entregaram mesmo, salto para foto noturna do epicentro do universo: Guarapuava

igreja matriz ainda conservando os enfeites natalinos

depois da chuva ainda sobrou um pouco, vai que a gente aproveita amanhã?

câmera escondida do sílvio saint, o ivo holanda tá ali conversando com o lulis
Finalmente vai começar (hã?) o Tour das Cachoeiras - uma expectativa não de duas páginas, eufórico leitor, mas sim de 8 anos! Agraciados com um belo amanhecer, partimos para o primeiro grande objetivo (sem dúvida enorme, episcopal, ou, simplesmente, a cachoeira mais alta do sul do país!): Salto São Francisco. Nessa hora você, dialético leitor, tenta entender o que esses infelizes (ou não) foram buscar em Guarapuava para chegar em um salto em Prudentópolis. A chave? Não. A queda está em uma tríplice fronteira (incluindo Turvo também), sendo que o melhor acesso é via segundo planalto. Tudo devidamente explicado, partimos pela simpática Estrada do Guairacá.
O asfalto de uma faixa (mão única, sóquedupla) nos guiou pelo caminho inicialmente bucólico e posteriormente caótico até o Salto. O transtorno não é rebeldia nossa, mas sim do peculiar relevo da região que oferece apenas duas opções: ou sobre pra caramba, ou desce pra caramba. E essa lei vale até a última hora da expedição (faz sentido ter muita cachoeira por lá).
Chegando no parque seguimos pelas trilhas mata adentro, esperando por um "descortinar" que viria em breve. E descortinou mesmo. O Salto São Fransciso é, sim, tudo que dizem - e mais o que não dizem. Expressar em linguagem escrita, fotografada ou mesmo videolada é difícil. Um belo e gigantesco vale é a vista que aquela queda tem todos os dias, e neste vale certamente há montanhas que passam os dias a admirar a beleza do imponente salto.
- Salto São Francisco
- O salto mais alto do sul do Brasil, com seus 196m de altura, localiza-se na tríplice divisa entre Prudentópolis, Guarapuava e Turvo, dentro do Parque Natural Municipal São Francisco da Esperança (847 mil m²). O parque oferece estrutura de lanchonente, banheiros e trilhas sinalizadas para visitação do mirante no topo da queda do Salto São Francisco, além do acesso ao pequeno Salto dos Cavalheiros, rio acima. Há uma trilha para chegar na base do São Francisco, mas é preciso tempo (muito) e experiência, pois além de não sinalizada é de grande dificuldade técnica.
Acesso: O melhor caminho (ainda que mais longo) é via Guarapuava. A partir do centro basta seguir pela Estrada do Guairacá, com asfalto quase até o parque (há sinalização na estrada).
E então, arriscar descer a trilha até a base do Salto? Quanto tempo mesmo? 2h pra descer e 3h pra subir? Ah, desculpa, vai ter que ficar pra outra oportunidade! Um pouco acima, no rio São Francisco, ainda visitamos o Salto dos Cavalheiros, bela queda por onde gotas inocentes deslizam sem saber o que lhes espera à frente...
A êxtase do encontro com as águas, selada com um bom e merecido descanso na lanchonete do Parque, recarregou parcialmente as pilhas cicloturísticas. Sim'bora curtir mais algumas dezenas de km nas entranhas da Serra da Esperança? Mas sabe, né? Se subimos a serra por caminhos alternativos, a descida não pode ser diferente: lá vem mais estradinhas!
Falando em "lá vem", choveu denovo. Lá vem chuva! E lavou. Lavou ciclista, câmbio, corrente... lavou de barro, mas lavou. E parou. Mas o barro que secou, esse a gente que levou. E depois? Depois cabum!!! Não, não era mais chuva, era o pneu traseiro do Thiago, explodindo (de felicidade? não, hoje não). Depois de um remendo reforçado com um manchão tradicional seguimos felizes serra abaixo. Ou não. Porque chegamos em uma ponte. E, seguindo a teoria geral do cicloturismo, mais uma vez comprovamos: ponte = f#d!. Sobe?
- f#d!
- Princípio comum às teorias gerais do cicloturismo arcaico, prosáico e neoclassíclico que, baseado na observação pragmática latejante, reza que:
- ponte = f#d!
- O princípio sugere abolição do substantivo "ponte" na descrição de caminhos cíclicos, recomendando enfaticamente a adoção da interjeição "f#d!" em seu lugar. Diz-se que a substitução do termo foi originalmente proposta por não representar com relevância a posição geográfica em referencial altimétrico, enquanto "f#d!" exprime perfeitamente a posição dequátrica e soltastírica que corresponde à realidade cicloturística dos fundos de vale.
Sol poente, seguíamos recortando e colando caminhos para chegar no tal Recanto Pereósqui (ainda não sabíamos pronunciar). Atrasados e empurrando, praguejávamos com as serrinhas e também sorríamos com a paisagem. O GPS, determinado, avisava: só faltam 1.500m! E de descida! E.... Cabum!!! Não, não era chuva, era a vez do pneu do Lulis estourar. Mais um. Sem manchão, sem saída e sem sem luz, o negócio foi optar por uma caminhada noturna. Chegamos no Recanto desfalecidos (o recanto era Perehouski desfalecidos estávamos nós). Lá fomos muito bem recebidos pela Dona Izabel que, em instantes, conseguiu criar um típico jantar ukraíno para o restabelecimento do sistema motriz do odois. Comemos. E como. E como cansa!
- Nota de sustentabilidade energética
- Ávido leitor, se um dia for visitar o lugar usando o nosso roteiro, tenha a decência de pedir informações na medida em que se aproximar do Recanto Perehouski. Adquirimos uma serra e alguns quilômetros a mais que poderiam ser evitados com uso de atalhos nas proximidades.

é princesa no ônibus, é princesa no hotel: vocês tão virando umas princesas!

o expedicionário tenente diogo pinto de azevedo portugal, só que de mentirinha, digo, de bronze

o que impressiona é o céu azul. ou seria a habilidade do fotógrafo?

e então, estão gostando da estrada centro-estadística?

chega de rodovia movimentada, que tal encarar uma via de mão dupla

só que sem as duas mãos (do caminho, não do ciclista!)

rodovia erma, parece que o dia será perfeito para uma tranquila pedalada

todo o charme e brilho da manhã no laguinho ainda próximo ao centro

parece que o fotógrafo está levando essa história de passarinho à cabo

que curva abeeerta! parece até que nem vai fechar mais

opa, mistura um pouquinho de terra nessa estrada pra não ficar feio

a estrada em que ou você vai, ou você vai. o acostamento também é meio pra cada um

mapa de densidade populacional por bolsões do continente africano

era só uma brincadeirinha mr, nós sabemos que são bolinhas de suor

thiago bucolicamente em um cenário de propaganda de bicicletas de cicloturismo

bucólico e selvagem. pedal por pulsos de subida. mede aqui o pulso pra você ver

de um lado passa gel, do outro também

pelo sinal de fumaça, vai chover de tarde

preparem-se: aqui começa uma descida épica até o sopé de um morro infindável

mais uma igrejinha em estilo ucraniano, no distrito de guairacá

o boteco mercearia mercado roxo (e único na región)

aquele papo sobre infidável era uma reflexão sobre isso aqui

ficar de olho no altímetro o tempo todo não vai resolver o cansaço relevante

negócio é olhar o fundo do vale e ficar feliz pelo que já passou

sobe um poquinho, desce um pouquinho, empurra um pouquinho, freia um pouquinho

previsão do tempo confirmada, alagamento no período vespertino

o salto é láá na região mais longe do centro absoluto da foto

e isso nem queria dizer que dava pra vê-lo, é apenas uma referência

findo asfalto, início de um curso de terra (aulas de perspectiva só no próximo semestre)

finalmente, aproximação emotiva do episcopal maior salto do salto dos saltos

anime-se meu caro senhor, em breve uma surpresa e tanto

opções baseadas em experiência de vida

tudo isso estava escondido no meio daquele vale??

não é de graça o título de mais alto do sul do país

de onde se descortina um grande vale (dá pra fazer um hino com isso)

pobre água, nem sabe o que lhe espera alguns metros a frente

foto análoga à primeira visita a uma cachoeira séria da história do odois

falando em memória, essa aí lembra o alongamento segundo aurélio

essa pedalada toda com água em cima, em baixo e na frente é de virar a cabeça

o que será que o mr. tem a dizer sobre tudo isso até agora?

que certamente todos um dia partirão, inclusive nós. se não a gente não chega!

ainda mais quando intempéries são previstas. ou seriam imprevistas?

falando em intempérie, estão pra entregar outra chuva

tem gente que tem medo de altura. no nosso caso o medo é de altitude mesmo

du explicando que a estrada era naquela árvore lá em cima: valeu, planejamento!

agora é só descer todo o morro

dependendo do ponto de vista até que o tempo segue firme

falando em firme, firmeza essa estrada em? contenção natural de barreiras

trecho pós-f#d! - é lá onde está o sol que tem que subir pra chegar? mas não era descida?

decida logo: sobe ou sobe, pelo jeito

é um caminho bem imparcial, vai chover e vai fazer sol de qualquer jeito

nós viemos lá de lá de longe, da estradinha de asfalto no alto de escarpa

que por razões naturais não pode ser vista dessas fotos

parece que o mundo volta a se aplainar por essas bandas

thiago verificando o pneu que está com a banda podre desde o início da descida

o pinus está viajando bem mais rápido que nós

sobe, sobe, sobe, esse camping é alguma espécie de campo base no himalaia?

e no meio da subida, uma inclinação mais acentuada para temperar

se bem que à essa altura e altitude o ciclista já estava bem salgado

um beral à lá logo do criança esperança

e muito bem guardada pelo gato com olhar 43

essa fumaça diz que é bom apressar o pedal, tá anoitencendo pra valer!

pormaisque não tenha mais pra onde ir, o lugar é lindo!

tem gente que garante que dá pra ver um smile aí

o négocio é sorrir, afinal, estamos quase chegando

é, mas pelo jeito a noite vai chegar antes que nós

tudo é uma questão de ponto de vista, aqui tá bem dia ainda

o sol resolveu ir embora pela estrada também

um close no tchau da luz

não tem nada de interessante no passado pra ficar olhando assim rapazes

se o cigarro é tão feio para alguns, pelos menos o fumo nú tem sua beleza

agora a situação ficou preta pra tudo quanto é lado

essas nuvens certamente fizeram luzes

e que tal essa aurora áurea mística degradérrima

a dona izabel salvou a tropa inventando uma super janta à lá ukrain
Não é porque o dia nasceu bonito que as bicicletas voltaram a funcionar. Os pneus estourados também não ressurgiram das cinzas a plenos pulmões. Com planejamento mais apertado que shorts de ciclista, tivemos que elaborar (e executar) uma estratégia de reintegração da estrutura de avanço ciclotobateístico. Depois de muitas audiências, ficou acertado que o Lulis pegaria uma carona com a Dona Izabel até o centro de Prudenville, em busca de dois pneus novos. A carona da volta ficaria a cargo do destino. Os estáticos deveriam lavar as bicicletas e documentar a cachoeira do Recanto Perehouski.
Ao contrário da concepção desconfiometrista de uma carona na capital, o Lulis conseguiu retornar para o recanto em pouco tempo. Bicicletas em pé (pé-neus), seguimos na crença de que não seríamos afetados pelas intempéries e chegaríamos a todas cachoeiras planejadas.
Saindo no fim da manhã, retornamos na estrada até o Salto São Sebastião. O salto, ainda que com pouca infraestrutura (ao contrário do São Francisco), apresenta uma beleza tão peculiar e interessante quanto o vizinho de município. A vista do salto a partir do mirante animou o grupo a descer a trilha até a base. Logo no início Mr. Heil e Thiago abortaram a missão, mas não sem motivo: era realmente perigosa a trilha-córrego, praticamente uma cachoeira à parte.
- Salto São Sebastião e Salto Mlot
- Os dois belos saltos ficam frente a frente, despencando pelo mesmo cânion. O Salto São Sebastião pode ser visto da sede da propriedade, em um mirante na mesma altitude do topo da cachoeira. Ambos possuem cerca de 120m de altura cada, impressionando pela quantidade de mata nativa que os cerca por todos os lados. Para conhecer o Mlot é necessário enfrentar uma hora de trilha muito íngreme, com alto grau de dificuldade técnica (cordas e degraus), e chegar à base dos dois Saltos. Há estacionamento no local, sendo cobrada uma módica taxa pela entrada.
Acesso: Siga pela Linha Paraná e depois pela Estrada de Jaciaba (há sinalização na estrada).
Mas pra quem foi, valeu cada escorregada. O São Sebastão é enorme e imponente. Na frente dele (isso mesmo, um olhando para o outro o dia inteiro!), o Salto Mlot impressiona pela largura e beleza. Cada um com suas qualidades, criam mais um cenário prudentopoleskamente incrível.
Trupe junta, retomamos a direção do centro da cidade. Como toda boa pedalada em sol de rachar, gasoso leitor, essa também foi regada à refrigerante vagabundo. Parada mais que emergencial num bar desplaqueado, diálogo épico entre o geolocalizador du e a tia do balcão:
- du: - Como é o nome aqui?
- tia: - É linha anta gorda.
- du: - E do seu bar, como é o nome?
- tia: - Aqui o pessoal não liga pra nome não, o povo gosta mesmo é de beber. E pinga pura!
Uma lição para o du e uma boa risada para os demais. Não ríamos era do combo de subidas que tínhamos que vencer (e não perdemos nenhuma!), frutos do característico relevo acidentópolis da região. Já fora de hora, paramos no centro para repensar o planejamento (e repesar o estômago). Repensado: a partir dali, em uma ação tagnightheística para aproveitar melhor a cidade, o du conduz o grupo por vias não convencionais até o acesso do terceiro lote de cachoeiras.
A estas horas da vida, da noite e da expedição dá pra soltar as tiras. Transferimos uma cachoeira para a manhã do dia seguinte, procurando armar a barraca no Recanto Rickli e conhecer o salto local. Agora, pensa num trem largo, sô leitor! Pensa numa queda que é tão larga que num cabe nos óio do mirante (nesse caso, o mirante é você). Esse é o Salto Manduri. Após bons momentos de contemplação, o odois parte para um momento ímpar de relaxante vadiagem expoente: banho solpoêntico de piscina. Aí você fica se perguntando: os caras foram tomar banho de piscina na terra das cachoeiras? Pois é. Deixa pra lá, compensamos isso no dia seguinte.
- Salto Manduri
- Com apenas 32m de altura, o Salto Manduri impressiona pela largura: é o expoente da região com cerca de 100m entre as margens do Rio dos Patos. A área é isolada em função da represa da usina hidrelétrica anexa, sendo possível vislumbrá-lo a partir do Recanto Rickli. É o salto mais próximo do centro de Prudentópolis.
Acesso: Linha Manduri, a partir da BR373, entre Prudentópolis e Guaramiranga (há sinalização na estrada).

foto da madrugada conta pro dia vindouro ou pro dia vigente? não importa, dia não é noite!

quem foi que escondeu minha armadura de mr. heil?

traseiro do lulis tá bem desbeiçado

agora ficou claro o porque de uma carona emergencial para o centro

aproveitar o tempo livre para dar uns pulinhos nos saltos

ou dar um salto ali nos pulinhos de água do perehouski

com excesso de chuvas: uma beleza cênica, mas uma água barrentinha

dá pra ver que essa história de ter uma quedinha é bem comum por aqui

certamente levou muito tempo pra natureza preparar essa curva, hoje seca

uma ótima sombrinha pra quando cansar de se molhar

ô ô ô, mr. heil! a cachoeira está do outro lado

dois traseiros novos e um troca-troca danado para voltar a ativa

leve seu lixo embora: que lixo de pneu

despedida com seu perehouski (a dona izabel foi pra cidade, lembra?)

a caminho de mais uma das quedas gigantes mais maiores de grandes gg increibles

e pelo jeito a fixação pelo mau tempo vai pegar de volta

a nova entrada oficial para o salto são sebastião

e como desce, o mr. até desceu para descer de medo de descer!

o estacionamento: não passe reto daqui, é morro que não acaba mais

flor roxa de vontade de receber a gente

eis que surge o são sebastião, com sopé de perder de visada

junta todo mundo pra comemorar, essa esticada valeu a pena

agora separa porque conhecer o salto por baixo requer alguma semnoçãozisse

mas é a cachoeira ou é a trilha? ou é os dois? lulis e du!

a regra é clara, quem quer jogar tem que aceitar

olha pessoal, a trilha é assim sempre, por isso que eu vou por cima

conseguiram chegar até aqui? que rabo hein!

o salto mlot entra com tudo na disputa: muito largo, muito alto, muito bonito

já o são sebastião mal cabe na foto!

e no meio deles um grande cânion pedregoso

já que viemos até aqui, pelo menos molhar o pé, né, lulis?

elementos importantes, conflitantes e dependentes: agua, ciclista e corda

a natureza não depende do ciclista não, nem os pintinhos

já o ciclista, por sua vez, depende dos pintinhos, sim.

parece que o lulis parou pra levar fumo, pode?

ah, era o jogo da sombra! pelo jeito faltou lugar pro fotógrafo

você consegue ver dois saltos enormes no último plano da foto?

o zoom consegue! saltos gêmeos, estão entre os maiores e quase-não-chegáveis!

desce! quem vai pro centro?

uma paradinha no bar sem nome - afinal, pra que nome se o povo quer mesmo é beber?

adivinha: grande possibilidade de precipitação nas próximas horas.

não vamos nos precipitar, apareceu até um asfaltinho aí pra agilizar o serviço

isso não extermina as subidas e descidas rollercoasterísticas

a igreja nossa senhora da conceição, tipicamente ucraniana, com um ciclista tipicamente odois na frente

coisas (boas) de interior: estacionamento pra bicicleta no banco

que delícia, dá uma vontade de morder

o sanduíche, obviamente. alegria alegria, não vai chover!

um desvio e dessacesso por caminhos alternativos em busca da rodovia perdida

e recém encontrada

portal do setor rio dos patos de quedas absurdamente miticamente heróicas

estamos sentindo uma certa distância entre nós

test drive da novíssima barraca, resultado: mal montada. culpa nossa

o larguíssimo manduri nas águas do rio dos patos, amanhã isso vira cânion

pelo jeito acabou o estoque de roupas limpas e de tiras também
Se você é um leitor assíduo do odois, assíduo leitor, já deve prever esse texto de último dia. Muita rodovia, poucos atrativos, despedida, tristeza. Previsível, não é? Pois é. Então. Está errado!
Largamos na retomada do planejamento do dia anterior: a busca do épico Salto do Barão do Rio Branco. E, olhe, valeu ter deixado tal espetáculo para um momento de mais calma e iluminação. O Salto é um dos mais marcantes, com a água correndo com muita força a partir da represa, caindo em um cenário impressionante - salpicado com centenas de andorinhas. O acesso, tanto para o topo quanto para base, é facilitado pela infraestrutura da usina anexa (leia-se escadaria infinita). E agora? Sim'bora começar bem o tal último dia depois de descontar os débitos de ontem?
- Salto Barão do Rio Branco
- Com 64m de altura, o Salto impressiona pela força da queda e pelo cânion desenhado à frente pelo Rio dos Patos. Ao lado do salto funciona uma pequena hidrelétrica, o que rende ao local uma boa infraestrutura de caminhos. É possível acessar com facilidade o topo da cachoeira, com uma bela vista para o cânion. A base do salto é acessada a partir de uma escadaria com cerca de 450 degraus (e vale cada um).
Acesso: Linha Manduri, à partir da BR373 entre Prudentópolis e Guaramiranga (há sinalização na estrada).
Por arranjos cânihonlísticos e numerológicos, para chegar ao próximo Salto (Sete (é o nome, não a contagem)) foi necessária uma baita volta passando pelo centro novamente, revisitando o caminho de onde um dia viemos (e de onde um dia certamente partiremos, independente de crença). Em direção ao não-tão-conhecido Sete, vivenciamos uma pegadinha épica do Google Earth versus mundo real:
Google Earth: uma reta só, no planalto (plano, veja só!) que beira o cânion do Rio dos Patos.
Mater Natura: uma reta interminável, com extensos e profundos vales, muitas subidas a 6km/h e descidas a 60km/h.
- Salto Sete
- Salto menos conhecido por se encontrar em propriedade particular e longe dos principais saltos. Com altura de 77m, fica escondido entre os paredões do Cânion do Rio dos Patos. O proprietário está construindo uma ecopousada e melhorando a infraestrutura para visitantes (construção de mirante, ajuste e sinalização de trilhas). Enquanto o espaço não é inaugurado (informações em breve no site saltosete.com.br), a visitação é permitida somente com autorização.
Acesso: Linha Nova Galícia.
E isso, aclimatado leitor, somado ao fator sol-de-torrar, para acabar com qualquer resquício de reclamação de chuva. Queimadeira à parte, ainda tivemos uma baita sorte: chegamos na porteira no momento em que o proprietário, com a chave, saía. E de bicicleta! Boa, motivo suficiente para uma negociação e autorização para conhecer o Salto Sete. Por poucos instantes a mais teríamos comprado todas as subidas à toa. Tempo curto, fizemos uma rápida visita ao mirante e seguimos na esperança de uma recomposição alimentar na “Vila Ucraniana” marcada no mapa.
Lugar marcado no mapa é um conceito subjetivo. Na média do conhecimento tácito universal aplicado ao movimento rural de desenvolvimento, lugar no mapa = igreja + boteco. Pois então, ali esqueceram do boteco. Secos, queimados, cansados e longe de tudo, estávamos esparramados sem esperança no pátio da igreja: ainda havia muito chão pra percorrer e tínhamos horário espremido por conta do ônibus. E foi nesta hora de desespero que tivemos uma visão coletiva:
- O Salvador: É o carro do picolé que está passando! Déizpicolés por apenas treizreais! (vinheta divina de milagre tocando no fundo (do coração e do estômago))
- Odois em côro: Para o carro, para o carro, páááaaara!
Tudo bem que não foi bem uma visão: começou com uma audição e terminou com uma refescante paladaração. Mas o que interessa é que a trupe foi salva no pátio da igreja, e no final da história, a moral: salvação virá, nem que seja de Belina!
Reabilitados, retomamos: ainda tinha mais um salto pra visitar, o Salto São João (com tanta igreja e salto com nome de santo fica difícil entender porque não acreditávamos na redenção do picolé). Poucos quilômetros e aportamos no primeiro mirante, no acostamento da estrada. Víamos ali outro grande salto: uma queda forte e sonora que dava início a um vale tão impressionante quanto a do Rio Branco. Logo encontramos o acesso ao São João em uma pousada homônima: um pedaço vai carro, depois só moto, depois só bike, depois só-co-pé mesmo. Se tem um mirante que assusta quanto à proximidade (e insegurança) é esse. Mas no topo do Salto São João, ouvindo a queda rugindo e o som batendo forte no peito, acaba valendo a pena.
- Salto São João
- Salto com 84m de queda, iniciando o grande cânion do Rio São João. O Salto possui grande volume de água e pode ser visto de longe na própria estrada de acesso. Na entrada para visitação há uma pousada com infraestrutura de banheiros, lanchonete e piscina, sendo cobrada uma taxa de acesso para o Salto. A trilha para o mirante no topo é tranquila e curta (15min), mas é importante ficar atento aos desfiladeiros, principalmente às margens do alto da queda.
Acesso: Linha Barra Bonita, acesso à partir da Linha Ivaí (há sinalização na estrada).
E no fim das contas (esse sim é o parágrafo de último dia) foram cachoeiras e cachoeiras pra mais de metro - dá quase quilômetro somando todas. Ainda extasiados e tentando absorver a experiência, seguimos para a Prudentópole dividindo o grupo entre os que voltariam de carro e os que voltariam de Princesa. No final, descobrimos que a quedinha que o odois alimentava por Prudentópolis não era à toa: esse não era um projeto para se riscar da lista dos porfazeres aventureiros - era, sim, um projeto para se orgulhar!

se você viu o vídeo do costa verde e mar, sabe da vida eterna desses elementos

uma corzinha para animar o último e agitado dia de expedição

uma panoréssima do recanto rickli, bem estruturado

voltamos ao modo natureza selvagem com estradas arborizadas

variando entre "confio na estrutura" e "sei que está abandonada em partes"

mr. heil pede pressa com a louça

bom aproveitamento de espaço: duto, trilho, escada e corrimão

uma queda gigante com uma praia pra lá de úmida e pedregrosa

e então thiago, tem como caminhar por aí de sapatilha?

o du acha melhor ficar por aqui mesmo

o fotógrafo quase completo, só faltou a máquina e o restante do muro que caiu

400 e tantos degraus pra baixo... 400 e tantos pra cima também!

ô du, não é perigoso daí de onde você tá olhando a paisagem?

perigoso! bota perigoso nisso! bota perigoso, sapatilha perigoso, chinelo perigoso

pensando melhor, é mais perigoso do que eu pensava!

agora, perigoso mesmo é apertar o timer e correr pra essa foto

a queda é bruta

acabou a alegria: muita subida de volta ao centro

que centro o que, foi só um pulinho! olha a revisão de estradaaa!

du já apresentando um certo cansaço, ainda bem que é só reta daqui

uma relíquia bem conservada da arquitetura ucraniana: igreja arcanjo são miguel, em madeira!

foi reta, reta pra cima, reta pra baixo, reta pra cima, reta pra baixo... e o mirante

o salto sete ali tímido, curtindo a paisagem do cânion do rio dos patos

ninguém disse que não levaríamos fumo no último dia também

pormaisque que não seja fumo (mas a anterior vai pra aula de perspectiva)

programa de aproveitamento de sombras. beneficie-se você também!

a igreja da vila ucraniana (só que sem a vila, só tinha a igreja mesmo)

aparece o último big jump da jornada, salto são joão

valeu a correria, esse é tão bonito de longe quanto de perto

um rodada de refrigerante para preparar os torrados ciclistas

uma trilha que começa estrada, um ou estrada que começa trilha

uma clareira que assusta tanto pela beleza da mirada

quanto pela insegurança da pisada

ponte sobre o recanto cassiano, bom de acampar também (no recanto, não na ponte)

panorâmica da já prevista subida pós-ponte (desculpe, pós-f#d!)

rumando com muito cansaço e alguma tristeza para o épico fim do épico projeto

a religiosidade é realmente forte por aqui, um altar no alto do nada (ah, vá?)

a fé era inclusive mais forte que os ciclistas que vinham se arrastando...

e arrastando as tiras também... ou parte delas (só as que não foram soltas)

um aula de alongamento onboard com instrutor du

vamos tomar o último refrigerante vagabundo da saga?

cansaço, queimaço, cracóvia e realização pessoal do tamanho das cachoeiras!
Serviços #
Viação Princesa dos Campos. 0800-42-1000, princesadoscampos.com.br.
Hotel Burack. (42)3446-4029, hotelburack.com.br. Av. São João, 2897 - Prudentópolis - PR.
Hotel Princesa. (42)3623-9755 (42)3623-2296, hotelprincesa@yahoo.com.br. R. Vicente Machado, 1798 - Guarapuava - PR.
Restaurante Canjão. João (42)3623-5003. R. Dr. Laranjeiras, 841 - Guarapuava - PR.
Recanto Perehouski. Possui infraestrutura de banheiros, área para camping, churrasqueiras e quartos para alugar. O rio que corre dentro da área tem algumas quedas baixas onde é possível tomar banho. Como em todos os serviços da região, é bom agendar a visita previamente. Izabel, (42)9122-2994. Linha Paraná Sede - Prudentópolis - PR.
Recanto Rickli. Possui área para camping, banheiros, restaurante e lanchonente, piscina e trilha sinalizada de acesso ao mirante do Salto Manduri. (42)9962-6615, (42)3446-4088, recantorickli.com.br. Linha Manduri - Prudentópolis - PR.
Expediente #
Texto e comentários por du e lulis, fotos e vídeo por lulis, roteiro por du, cachoeiras pordeusdocéu!
Pedalado por du, lulis, thiago, heil.
Publicado em 21 mai 2011.