Mirante do Sumidouro
Olha a tôrminha de bicicleta! Aonde? Ali! Mas onde? Passou. Não vi. Olha outra! Cadê? Passou. Nem vi. Se foram. Pois é. Então. Sumiram. Foi assim. Creia, gasparzinhístico leitor, o arcabouço da estória é exatamente este. Um passeio com 10 pessoas, só que sem 7 delas. Ou sem 3, dependendo do ponto de vista.
Convidados pelo macarroníssimo Tagliari, transferimos o roteiro para o GPS (mesmo confiando no LPPS (que você já deve conhecer)) e seguimos para o ponto de táxi encontro. O taxista (que, por sinal, estava no ponto) informou de que o comboio já havia saído. Como nesta hora nada funciona (celular, telepatia ou fumaça), fincamos a botina em busca do desgarrado grupo. Não-tão-desgarrado foi o prego que amplexou o pneu do Lulis, distanciando-se-me-nos ainda mais. Remenda, discute, conclui: continuemos mesmo atrasados, vai que encontramos os outros? (outros ciclistas, não outros pregos).
Viva las estradinhas! Diversão garantida nos fundilhos de Tamandaré. A las tantas resolvemos fazer um recorta-e-não-cola no roteiro, eliminando um trecho de trilha (famigerado cachorro louco) para que pudéssemos alcançar o grupo dos sete. Aqui cabe abrir parênteses para a versão deles:
"...nós fizemos o cachorro louco... quer dizer, fizemos literalmente, tivemos que construir uma ponte pra continuar, hehe... dai não fomos até o mirante, a trilha que achamos estava cheia de árvores bloqueando o caminho, a outra estava inundada, dai o pessoal tava com alvará vencendo e deixamos pra próxima..."
Tagliari, por e-mail
Acredite, santoantônico leitor, não estava nos planos do destino unir os dois grupos naquele dia. Enquanto nossos amigos discutiam a engenharia da trilha do cachorro muito louco (deliberadamente saltitada por nós), nosso grupo já os tinha passado e encarava pregos (sim, outros tantos pregos, e de uma só vez!) e "galhadas" na trilha do mirante do sumidouro. Em seguida, enquanto subíamos pela precária trilha (a do mirante), a equipe dos sete escapou da trilha (a do cachorro louco), chegou à base da trilha (do mirante), maneou a cabeça e decidiu abandonar e trilhar o rumo de casa - passando o nosso grupo novamente...
Voltando ao mirante, ou melhor, chegando al mirante (pormaisque que já estivéssemos no referido município), pudemos vislumbrar as paisagens cercanas e alguns caminhos alternativos a partir dali. O visual realmente vale a pena (descontando algumas tiras que precisam ser afrouxadas). O downhill da volta é muito divertido, principalmente se visto de trás do Thiago antes de três tropeçoscorregões seus. Findo o pedal dos grupos desencontrados (cada um pro seu lado), ainda chamávamos o passeio erroneamente de "Mirante do Boichininga", nome de uma localidade próxima. Mal sabíamos que o mirante recebia um nome muito mais do que adequado para o mote sumidouro dessa história...
- Mirante do Sumidouro
- O Mirante está localizado na região de Sumidouro, entre os municípios de Almirante Tamandaré e Colombo. Com 1.111 m de altitude (número e tanto), sua visada permite avistar o centro de Colombo, muitas pedreiras da região e, ao fundo, Curitiba e a Serra do Mar paranaense.
Acesso: são dois os acessos principais: (a) Contorno Norte, entre Alm. Tamandaré e Colombo (jura?); e (b) estradas rurais nas proximidades da Igreja da Comunidade dos Franças. Este segundo acesso, muito comprometido pela erosão do solo (moto e bike passam, mas com dificuldade), possui duas entradas na base, uma usualmente muito lisa (e com galhos na ocasião da expedição) e outra usualmente muito enxarcada.