Volta Rio do Júlio
Sabe¹ aquela excursão de colégio? Chamada, todo mundo organizadinho, lancheira cheia, a tia cuidando, a expectativa de conhecer um tal museu - mas importante mesmo é a bagunça do dia. Agora todo mundo pra dentro da van - a tia não quer ninguém no meio da rua!
Sabe² aquela visita técnica da faculdade? Alguns atrasados, outros bêbados desde ontem, a cara cheia de vinho, o professor não sabe se bebe junto ou se finge que não vê, a indiferença para o que se vai ser obrigado a conhecer - mas importante mesmo é a baderna da noite. Agora todo mundo pra dentro da van - os que vão vomitar na janela por favor!
Sabe³ aqueles caras que crescem, mas insistem em sustentar-se nas raízes do passado? Então. Ao passear pelas fotos abaixo, excursionístico leitor, é fácil perceber que foi neste ritmo infarto-juvenil que toda a tôrminha se reuniu para, de maneira organizada e acomodada no conforto de uma van (não escolar, embora o motorista tivesse a maior pinta de tio-da-kombi), passear nas serras catarinenses - mas importante mesmo é pedalar até soltar todas as tiras. Agora todo mundo pra dentro da van - fora as bikes que vão passando frio do lado de fora!
- Se não souber, consulte seu neto, você provavelmente tem um nesse caso.
- Se não souber, consulte sua filha, você provavelmente tem uma nesse caso.
- Se não souber, consulte seu pai, você provavelmente tem um que pedala nesse caso.
Explicando-se-me-nos pelo deslocamento feito em van, notório leitor, note que se o Mr. Heil não vai até o odois, o odois (e toda tôrminha) vai até o Mr. Heil. Não que isso explique alguma coisa, mas que serve como desculpa, isso serve. A real justificativa desta coletivística, longínqua e finaldeanística expedição nasceu no intento retribuir à altura a homenagem motivo-recupero-pedocional recentemente prestada ao du pela tôrminha. Isso tudo aliado, obviamente, à vontade de conhecer a Estrada do Rio do Júlio. A subida da Serra Dona Francisca entrou na dança para dar uma agitada - afinal, que graça teria subir tudo isso em van?
Não restam dúvidas que tiras não foram poupadas nessa volta. Se o medo da subida da dona chica afligia alguns na van, o complicado mesmo foi pedalar a estradinha de terra, cheia de pegadinhas do malandro no melhor estilo "só mais uma serrinha, rááá!". Poupados mesmo só Dom Rafael de Murcia, o Mildo’’’s , o Thiago e o Marcos (um dentre os marcos: o marco que não marcou presença) - todos pesteados na ocasião.
No início da estrada de terra tivemos uma baixa: após a ligação do poder do Renato se romper perdemos um pouco de força (e, consequentemente, poder) e ele decidiu voltar. Seguimos odoisicamente na cauda da flecha até encontrar os outros na represa do rio do júlio e, em seguida, desencontrá-los para depois encontrá-los e, finalmente, quase não encontrá-los no ponto de encontro o qual havíamos marcado (com os marcos, inclusive) - voilá, um encontro! Difícil de se encontrar, hein?
Os quilômetros finais da volta foram encharcados, na busca da eterna salvação (salvação dos documentos, do celular e do corpo hipotérmico). Para selar a expedição um no-no-notion motorista deu uma retrovisada no lulis, provando que não é todo motorista que sabe para que serve o espelho e que não é todo ciclista que entende para que não deveria servir um bar-end. Todos encontrados na van, é hora de voltar pensando na hora - na hora de ir na próxima expedição, não é, tôrminha?!
- Estrada do Rio do Júlio
- Localizada nos municípios de Campo Alegre, Schroeder e Joinville, em Santa Catarina, a Estrada do Rio do Júlio corta a Mata Atlântica serra abaixo, descendo do planalto catarinense (800m de altitude) à sua planície litorânea (apenas 10m). A região é conhecida pelos mountain-bikers catarinenses pelas diversas atividades que são promovidas pela Prefeitura de Schroeder, com algumas tantas alternativas de caminhos como o da Estação Ecológica de Bracinho (mediante autorização prévia). Além das paisagens e cachoeiras da região, um belo atrativo é a Represa do Rio do Júlio, situada às margens da estrada - muito bela, embora não se permita nadar. Há pouca infra-estrutura durante o trajeto, basicamente apenas o hotel Vale das Hortências.
- Mais informações e fotos no portal de turismo de Schroeder.
Expediente #
Fotos por Lulis, texto por Du, roteiro por Du baseado em Hendrik Fendel e remasterizado por Heil.
Pedalado por du, lulis, arce, heil, adilson, christian, daniel, fabio, fabricio, luiz, pedro, peterson, renato, stulzer, zé.
Publicado em 24 mar 2011.