Cachorro Louco e Bacaetava

11 jun 2009 1 dia 71 km

Falar de lama por aqui parece estar se tornando lugar-comum (lugar-sujo-comum), não é, assíduo leitor? O site é marrom, as fotos são marrons, os assuntos estão cada vez mais marrons... Tanto que às vezes você se pergunta se o monitor não está com defeito, não é? Fique tranquilo, catódico leitor, não é seu monitor, mas sim o clima destas curitibanas cercanias que está com defeito! E, pior, deve continuar assim, pode aguardar mais sujeira por aí...

E já que o assunto é sujeira, vamos ao passeio. O passeio que foi por água (suja) abaixo sem cumprir seu objetivo inicial, as "cachoeiras do bacaetava". Sujeira ter deixado de ver as cachoeiras, mas o Bacaetava acabou dando as caras depois de deixarmos o cachorro louco (uma trilha do cão, recomendação do então plugin de navegador, o tortellínico Talharini).

Mais uma expedição guests on, ou seja, com mais participações externas do que internas (outro lugar-comum por aqui, não?). Participação especial do nosso amigo Mildão (um homem com um sistema nervoso brutal, ou um nervoso sistema brutal, ou um brutal e nervoso sistema sistemático axionímico), estreando a sua recém adquirida camiseta da edição especial (mais que especial!) do odois.

SAC odois
Se você, conservador leitor, acha que este tipo de interação é absurda, que fere a moral e a ética daquela que outrora fora considerada exemplar organização grupal cicloturística (um grupo), envie-nos um email juntamente com cinco rótulos de produtos odois respondendo: "qual é o site que joga lama no seu ventilador?" e concorra a duas piadas privativas completas, ida e volta, com direito a acompanhante.

A diversão começou no centro, ao mirante (tamandaré!), com uma rua em obras que se transformou em um canteiro de lama (ou um lameiro de canto, mas com certeza com mais lama do que obras), que depois se transformou na trilha do cachorro louco (alguém tem que saber explicar a origem desse nome), que depois se transformou no centro de Colombo, e algum tempo depois se transformou em lama por todos os cantos. Lama daquele tipo que na descida espirra e na subida tobateia.

Muita lama. Lama funda, lama rasteira, lama densa, lama ralinha, lama no chão, lama no ciclista, lama na bike, lama molhada, lama sequinha (isso é pó, mas já tá grudado).

Mantra da lama pelo lama lama-lama

Nesta altura o GPS humildão apontava mais 20-ou-mais km para as cachoeiras, enquanto o LPPS (LPPS - Local Person Position System) raviolli apontava mais-ou-menos-5 km. Resultado: vence a tecnologia LPPS (e agora o GPS tem que ser humildo de assumir o erro). Independente da distância, já próximos da saída para o caminho das cachoeiras decidimos, de forma unicamente úmida e humilde, reprogramar o trajeto e buscar a gruta. O odois já havia estado por ali há tempos, dessa vez voltamos com mais gente, lanternas e um guia. As fotos mostram o quanto não se vê por lá.

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A Gruta do Bacaetava
Quer saber sobre a gruta? Procura por aqui mesmo.

Algumas horas depois estávamos no centro de Colombo, comendo o ovo do Mildão (temos fotos!) e decidindo sobre o rumo da vida de cada um: o arce escolheu ser engenheiro da produção civil; o leandro e o gassner escolheram procurar uma churrascaria; o resto do pessoal escolheu ir pra casa, mesmo.

Para consagrar o encerramento do passeio, uma iniciação. Disseminamos o tobateísmo (vide outrélio) a ponto de converter, digo, convencer o Gaessner de que que até mesmo a mulher dele é praticamente uma tobata. Só que sem a tobata.

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Tobateísmo
O Tobateísmo não constitui religião, seita, ou filosofia, mas sim a origem e o fim de absolutamente tudo¹.
O conhecimento tobateístico é regido por uma única verdade universal irrefutável: absolutamente tudo é praticamente uma tobata. Exemplifiquemos a verdade que impregna essa assertiva (leia pausada e atentamente para melhor compreensão):
Uma bicicleta é praticamente uma tobata: se você pegar uma tobata, colocar uma bicicleta e tirar a tobata, fica praticamente uma bicicleta - só que sem a tobata.
É fácil observar que essa conjunção de axiomas é válida não somente para bicicletas, mas também para outros objetos, elementos, energias, sentimentos - em suma, extende-se para absolutamente tudo.
Considere-se a hipótese bíblica de que no princípio era o caos. Ora, o caos é praticamente uma tobata: se você pegar uma tobata, colocar o caos e tirar a tobata, fica praticamente o caos - só que sem a tobata. Sendo assim, demonstra-se que no princípio era a tobata. Mesmo teorias divergentes encontram um ponto consensual no tobateísmo, como a teoria do big-bang, praticamente uma big-tobata, e teorias evolucionárias como o darwinismo, uma vez que até mesmo o próprio Darwin era praticamente uma tobata.
Dito isto, presumindo a compreensão da extensibilidade ad-infinitum da grande verdade universal irrefutável, resta selá-la demonstrando que, apesar de absolutamente tudo ser praticamente uma tobata, o verdadeiro grande mistério reside justamente nela: a tobata. Sim, pois uma tobata é inequivocadamente absoluta ao extrapolar os limites do regimento universal tobateístico, dado que uma tobata não é praticamente uma tobata: uma tobata é exatamente uma tobata! Prova-se: se você pegar uma tobata, colocar uma tobata e tirar a tobata, fica exatamente uma tobata - só que com a tobata!
Por fim, é mister observar que o Tobateísmo é uma verdade livre e irrestrita: praticamente qualquer um pode compreender, assimilar e disseminar o tobateísmo, uma vez que qualquer um é praticamente uma tobata. Só que sem a tobata.

(¹) Só que com a tobata.

ATRATIVOS curitiba, almirante tamandaré, trilha do cachorro louco, colombo, bacaetava, rodovia da uva

Mapa & Tracks

Outros Relatos #

Cicloturista Urbano

Expediente #

Texto por Du, retexto e fotos por Lulis, sistema operacional alternativo por christian-debian-guy, desvio padrão por Leandro, iniciação tobática por Gassner, camiseta especial por Mildão.

Pedalado por du, lulis, thiago, christian, daniel, gassner, leandro, mildo.

Publicado em 7 ago 2009.