Rio Manso e Rio Natal
Há coisas que naturalmente consideramos sagradas. Que eu lembre agora, olhando pelo lado odois da vida, viagens de férias são sagradas. Ah, são sim. Aquelas de começo de ano - ô! As de meio de ano, também - ô, ô!
Então. Essa estória aqui é sobre uma das sagradas sagas semestrais do odois: aquela em que saudamos os pedais de 2009 em ascensão. Descemos e subimos serra por estradas de terra, catarinando as estradas de Rio Manso e de Rio Natal. E como subimos. Ô, ô.
Olhe, subimos tanto, mas tanto, que nessa expedição chegamos até a subir a média de idade dos participantes! Por acaso você se recorda, caro amigo leitor, de um nome que pedimos para reservar lá no Vale Europeu? Então. Conheça nosso convidado especial master e entenda porque essa sua desculpinha de não pedalar por causa da idade não cola mais! =)
Capítulos
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1Salto do Engenho 1 dia 110 kmDIA 1 curitiba, agudos do sul, bateias de baixo, campo alegre, salto do engenho
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2Estrada do Rio Manso e Parque das Aves 1 dia 79 kmDIA 2 salto do engenho, campo alegre, estrada do rio manso, schroeder, corupá, estrada ano bom, parque das aves
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3Estrada Rio Natal 1 dia 61 kmDIA 3 parque das aves, estrada do rio natal, são bento do sul, agudos do sul
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4Noite agitada 1 dia 68 kmDIA 4 agudos do sul, curitiba
Há que se começar contando: essa expedição deu mais trabalho durante o planejamento do que no ato em si. Foi tanto “vai por lá”, “volta por cá” e “vem pra cá, vem pra cá!” que, no final das contas, todo planejamento ficou tonto e foi substituído pelas alterações de última hora.
A ida já não foi das mais tranquilas: o que esperar de janeiro além de um dia de calor-torra-ciclista? Sempre superando as expectativas, muita água foi pouco para resfriar os ativos cicloturistas nesse dia. O caminho até Agudos do Sul já fora feito no Vale Europeu há tempo-mas-não-muito-tempo. A parte da diversão seria encontrar Campo Alegre no meio da estrada de terra já-não-vista-há-muito-tempo-atrás, Dna. Francisca que nos diga. O sol do meio-dia na localidade de Bateias de Baixo denunciava a necessidade de mais uma camada de reboco de protetor solar.
Uma novidade assustadora que o nosso colega Google Earth não tinha contado: asfalto novo no trecho Bateias de Baixo – Campo Alegre. Uhu! Você quis dizer: um pouco de tranquilidade? Mas é claro que podemos somar intempéries para compensar essa calma, não? Então. O vento abafado se voltou contra nós. Pronto. Calor, asfalto fervendo, muita subida e alguém esqueceu o ar-quente da bicicleta ligado no último.
Mas no fim a gente sempre chega. Nem que seja chegar à conclusão que tá difícil pra caramba. Parada em Campo Alegre para esperar o Arce antes de seguir para o Camping no Salto do Engenho. Peraí, esperar o Arce? Mas ele não está sempre na frente?
- A saga do ciclista desconectado
- Ele não queria desistir da viagem, mas tinha que trabalhar até meio-dia (arceeupudesse!, dizia ele). Solução paleativa: deixar o arciclista sair depois de todo mundo, pegar carona-de-pai até um trecho e seguir pelo asfalto, encontrando o grupo no meio do caminho, viesse-pelo-lado-que-viesse. Caberia ao restante do grupo fazer contato explicando o lugar o camping. Mas... Na hora H... Quem disse que celular funciona? Foram 3 horas tentando ligar de tudo-quanto-é-jeito pra-tudo-quanto-é-lado e nada de Arce. O grupo parado no pátio de um restaurante em Campo Alegre, esperando um acontecimento Alegre. E aconteceu: aconteceu que anoiteceu e não teve jeito. O jeito foi ir-sem-arce: recados nas casas das famílias de todos mundos e seja lo que Dios quiera!
Seguimos pelo interior de Campo Alegre até atingir o Salto do Engenho. Para nossa alegria ou decepção, encontramos um camping, porém sem sequer um banho. Pô, banho é o básico pra poder chamar de camping! Tudo bem, deixamos isso meio resolvido com uma banho gelado de rio de fim de tarde no Salto.
- O Salto do Engenho
- A cerca de 8km do centro de Campo Alegre, o Salto do Engenho é o local mais próximo para acampamento na região. A maioria dos visitantes frequentam-no somente para fazer um churrasco e passar o dia - e justo por isso a estrutura para camping é precaria (até mesmo sem chuveiro). Ainda assim, o rio e o "Salto" em si são muito bonitos e apropriados para um banho.
Acesso: O endereço é intuitivo mas não muito útil: Estrada do Salto, s/n. Há sinalização saindo da rodovia, mas não nas bifurcações da estrada de terra (muito embora reze a lenda que todos os caminhos levam ao salto). É melhor dar uma olhada no mapa ou fazer como o Arce: sair perguntando a partir do centro de Campo Alegre.
- A saga do ciclista desconectado – a conexão
- Mas e não é que o Arce conseguiu chegar no camping? Não, ele não conseguiu falar com as famílias de ninguéns. Seguiu sua intuição ciclo-farística, perguntando à quem podia se tinham visto três ciclistas sujos, e acabou chegando no camping no meio do nada. Mais sorte do que juízo (e do que sinal de rede, também)!
Depois muito estresse desencontrado, calor e sujeita, barracamo-nos. Afinal, ainda era o primeiro dia de viagem. E tinha muito mais, mas muito mais por vir.

na saída pela linha verde, o grande monumento à vassoura de palha desconhecida

em caso de emergência coloque sua bike de barriga pra cima e massageie

ahá, meninos de muitos pinheiros! e o du com a camiseta dentro da bermuda...

pra ver como o dia estava bonito. e pra ver costas do du e do thi. de novo.

ahá! vejo alguém pela frente! bom dia, sr. camiseta velha! (ainda queimo essa!)

essa foto já é um clássico, você pode confirmar aqui (eu copiên!)

finalmente, estrada de terra! esse é o perfil do cicloturista odois!

tudo bem, desculpa, esse aqui que é o cicloturista de perfil

du, viu tua sombra na foto anterior? parece que você tá sentado em você mesmo!

ninguém foi à favor de tentar usar o atalho da direita...

nessa altura da viagem a altitude estava alta, já. e gostava, gostava!

heil, gente, o lulis não aparecer nas fotos tudo bem, mas e o arce?

heil, voltem aqui! não é justo me mandar plantar batata no meio do milharal!

heil, aquilo lá já não é um pé de batata? não? ah, não é, não? então tá.

ah, é. o arce vai encontrar a gente no caminho. por isso que vocês correm tanto?

heil, menino de muitos pinheiros, acorda tua sombra que elá tá dormindo no guidão!

correram tanto pra ficar sentado, esperando o arce, com cara de c* azul!

bem, esperamos o arce até o sol querer se ir, agora vamos-se-me-nós!

vai começando a ficar sem sol e até as sombras se escondem...

toca que eu não quero chegar no escuro, quero chegar é no salto do engenho!

humn, cruzamento, pra onde vamos? heil, e o arce, pra onde foi?

tudo bem, eu tenho um plano! um plano de fundo bem legal, gostou?

se o plano não der certo ainda tem esse aqui, ó

por mais que não pareça, a lua estava medonhamente inspiradora nesse dia

isso aí, galera: pouca luz, pouca roupa e pelo menos um pouco de higiene!

heil, seu tênis, não acha que estás meio pé-rdido? acha um par e toma teu rumo!

essa parte aqui é o salto do engenho, só que sem o salto

e agora, o salto do engenho - e com o salto! só que sem o engenho

e agora o odois secando. sequem! só que sem a tobata!

então, o sol vai se recolher e nós também. vejo você amanhã
Com tanta bagunça no dia anterior, um café da manhã animado agitou o segundo dia. Logo durante o início da cerimônia recebemos parte do que estava por vir: o ilustre Mr. Heil. Sim, se você leu a introdução dessa história sabe que tivemos um convidado pra lá de especial. Nosso colega cicloturista joinvilense, com seu motor 5.9 de baixo torque (como se auto-intitula), montou seus equipamentos para nos acompanhar em dois dias da saga.
Seguindo o famoso princípio "saída de camping é sempre subida", lá fomos nós para o centro de Campo Alegre. Alguns quilômetros depois e lá estávamos, fotografando uma cachoeira no meio do centro da cidade - vá entender esses catarinas! (ops! Mr. Heil que não nos leve a mal).
Agora, antes de seguir a estória, pense: o que esperar quando alguém diz "o próximo passo é descer toda a bela serra do rio manso!"? Subida que não é, certo? Errado. Mais uma vez os catarinenses pregaram uma peça no odois (se tivessem pregado um freio não tinha segurado tanto...) e colocaram uma baita subida desde a cidade de Campo Alegre até o início da tal serra. Foram pelo menos 200m de ascensão - e, creia, isso cansa qualquer um que esperava descer uns 700m...
- Nota sobre o motor 5.9
- Contesta-se através dessa nota a especificação do fabricante que informou que o motor apresentava o baixo torque. Essa informação foi completamente refutada nos testes de campo (alegre).
E a descida? Ah, agora sim. Também, do alto da serra tudo é descida, pra tudo quanto é lado! E como desce! Desce de parar para descansar os braços...
O rio (que de manso não tem nada) começa a acompanhar a estrada e vice-versa. Em dado momento alguém resolve dar uma parada para olhar o tal rio (olhar de dentro mesmo, pra molhar). Qual seria o melhor lugar? Qualquer um, claro. "Isso inclui essa capelinha?" Humn... será que uma capelinha quer dizer "o rio está próximo" ou "só por milagre pra chegar ao rio"? Paramos e descobrimos: quer dizer os dois! Dali, uma trilha íngreme leva até a base de uma cachoeira surpreendente, daquelas que ficam na capa dos guias turísticos locais. Jamais encontraríamos se a estivéssemos procurando, mas no susto, por trás da capelinha, descobrimos um ótimo local para reforçar o precário banho de ontem.
E é claro que desce muito, muito mais. Os paredões da serra comprovam a forte ligação de Corupá com cachoeiras. Ok, se você está politicamente atento não estamos em Corupá e sim, em Schroeder. Mas não importa, é tudo meio junto (os corupistas e schroederistas que me perdôem).
O fim da serra representou a conquista de uma etapa. E só. Muito mais estava por vir, e muito pior... O calor da planície começou a desgastar demais. Muitos foram os quilômetros até parar em Corupá, na casa de velhos amigos do du (ex-chefona). Dava até vontade de rir, mas o desgaste era muito grande. E ainda faltava um trechinho - de subida, é claro.
Foram mais 200m de ascensão na Estrada de Rio Natal. Chegamos ao antigo ranário, hoje Parque Natural das Aves, já no município de São Bento do Sul. A estrutura do camping realmente nos surpreendeu: tudo muito limpo, grande e organizado, a um preço módico. A chuva começou forte logo em seguida. O negócio era dormir mesmo. Mas antes, para comemorar a presença especial, na janta, uma especialidade do odois: macarrão ao molho fungi (só que sem o fungi).
- Pq. Natural das Aves
- O Parque se situa na localidade de Rio Natal (no município de São Bento do Sul), no coração da APA Rio Vermelho - Humbold. A estrutura do parque é baseada em sete programas sócio-ambientais, sendo eles: trilha de borboletas, dos pássaros, dos pomares e contemplativa; auditório-escola, pousada ecológica e camping.
- O camping oferece completa infra-estrutura para os campistas que desejam tranquilidade junto à natureza: quiosques junto ao Rio Natal, galpão coberto para refeiçoes ou dias de chuva forte, cozinha com fogão a gás e geladeira, chuveiros/banheiros.
- Boa estrutura, paz e beleza natural - e o valor cobrado para acampamento é praticamente simbólico. Pra que mais?
Acesso: Via Corupá (é só perguntar sobre o próprio parque ou seguir na direção de Rio Natal Fundos) ou via São Bento do Sul (seguindo até a localidade de Rio Vermelho, é só seguir a orientação anterior).
Contato: (47)9115-8609 ou (47)9115-8550.

mas, mas... é o lulis em uma foto! heil, quem tirou isso?

completa estrutura de apoio no camping: conseguimos apoiar todas as bikes

e olha o arce aí! não reconheceu? ah, não minta, vá!

ó aí o arce, ó. já levantou quebrando o pau com o du

uma vez o pau quebrado, partamo-se-me-nos!

ah, du, ficou chateado, foi?

esse dia tem mais dois elementos - e tem mais é que pedalar, mesmo!

como reza a lenda, saiu do camping tem que ter subida!

heil, tente adivinhar quem é este!

e este é o odois - só que sem a tobata

e este é o resto do cenário agrícola. sim, sim, sem a tobata

antigamente designávamos esse tipo de esforço por "camelar"...

hoje nós sabemos que essa é a arte de "tobatear" - só que sem a tobata

vocês ainda não entenderam toda a verdade por trás da tobata, né?

paradinha para ajustes fazendo um merchandising esperto

a rua quinze, digo, o calçadão de campo alegre

cachoeira no meio do centro da cidade - uma catarinada, mas ficou bem bom

impressão minha ou o coqueiro não quer soltar a bike do du?

close no dois! digo, nos quatro! do odois! ah, você entendeu.

ajustes no novo freio à disco, tentando acertar um kool and the gang

mais merchandising, esse arce não é um anjo?

mr. heil rindo dos caras que não viveram a verdadeira era disco

para o alto e avante! ordem e progresso! só que sem a tobata!

finalmente, agora é pra começar a descer serra de rio manso, né?

todos a seus postos, preparados para iniciar a descida da serra!

opa, primeiro as damas, deixa a mercedes passar (sem a tobata, claro)

a paisagem é linda, mas essa descida não desce muito, não é mesmo?

que foi? que que vocês estão olhando, hein? digo, heil?

ah! pô, que foi, arce? a cada 3 fotos uma é de você regulando a bike!

heil! agora desce! vide o vide o! digo, vídeo!

ah, claro, esqueci que isso é serra de catarina... sempre sobe pra descer!

eu já discursei pra vocês sobre o princípio de tudo? do universo e tudo mais?

não? bom, pro arce eu contei, olha ele pensando na vida aí...

mas certamente o thiago já contou pra vocês que no princípio era a tobata, não?

interrupção para um pano de fundo molhado e refrescante

olha o thi aí! thi, conta pra eles. vai, pode contar!

hum. tá bem. no princípio, era a tobata.

... ...... .. ...... (droga, não dá mais pra ouvir o thi dessa distância)

é, tá plano mas não dá pra negar que a gente ainda está no meio da serra

dá uma olhada nos paredões ali! até que os catarinas sabem onde colocar estradas

outra interrupção para outro pano de fundo molhado e refrescante

esse não é pra cicloturista se refrescar, é só pra avacalhação

agora sim, uma grande interrupção para um pano de fundo encharcado!

essa é pra ter noção do porte da queda: olha o lulis no banho ali!

tentando fazer o arce pegar sol e o GPS pegar sinal

o pessoal pronto para sair de trás do armário, digo, da capelinha! capelinha!

falei que era capelinha. mas podia passar por armário, não?

a cara da serra de cara com a gente e de face pro mar. sacou, cara?

ah, saquei! hahahaha. piadinha sem graça e sem a tobata

será que estamos perto da região de corupá? é água, não se precipite!

uma paradinha poucasombra pra trocar o pneu de uma das tobatas

isso é algum tipo de preconceito? se for só com shortinho coladinho pode?

nah, só com shortinho na cabeça não pode. tiramos o capacete, mas fizemos bico!

interrupção para pano de fundo com tapete molhado no rasgo

toca que ainda tem chão pela frente! (se não tivesse o ciclista tava flutuando, né?)

pois olha, agora continua descendo, dá até vontade de schoredermoção

paradinha pra visitar os amigos em corupá (e almoçar tarde)! ê, lugar bão!

fuga dos mosquitos: técnicas de luz fria e racionada, além do shirt-under-pants

issaê. barracas sob o barracão, vamos dormir
Subiu.
É, bem assim. O parágrafo anterior resume 80% do dia de hoje. Subiu. Mas, olha, penou. Partiu do parque das aves e penou. Mas partiu tão bem que até a corrente do lulis partiu. O arce conseguiu sacanear a blocagem e furar dois pneus, mas sacanagem mesmo era a subida. Estávamos em um buraco e não subíamos - digo, não sabíamos! Porque subir nós subíamos, sim! Nesse dia esse povo subiu. Ah, subiu.
Subir a estrada de rio natal não é fácil. Pra ninguém. Nem o bom velhinho (o Noel) teria rena, anão e trenó suficiente para subir essa estrada com tranquilidade. O nosso bom velhinho (outro, não o Noel) subiu a questionar quem era o autor daquela presepada...
Mas, como diz o outro (como diz o outro é como o bom velhinho (o outro) diz que alguém já disse isso), tudo que sobe tem que descer. E então nós descemos: descemos da bicicleta e empurramos. Empurramos as bicicletas, empurramos uns aos outros - olha, empurrávamos até o ânimo e as piadas na tentativa de disfarçar a subida. O clima até estava ameno, mas as subidas não. Então fazíamos: subíamos.
Subiu.
Paramos no mirante do alto da serra um bom tempo. E saindo do mirante do alto da serra a gente subiu, por mais absurdo que pareça. Quando terminamos a estrada de rio natal estávamos tão jingle bells que já pensávamos em pedir água. Então pedimos, tomamos e seguimos. Digo, subimos.
E, depois de muito subir, nós subimos mais um pouco, até São Bento do Sul. Na periferia da cidade subimos, nos bairros subimos e no centro subimos também. E para chegar à casa do Ricardo, sobrinho do Mr. Heil que nos esperava com a família de portas abertas (e pratos fartos), subimos uma derradeira ladeira legítima, de fazer cicloturista divagar na vida que roda e na roda que vira devagar...
Subiu mais.
Um farto banquete e muita conversa boa depois, a preguiça queria bater (mas nós não deixamos bater porque já tínhamos apanhado o suficiente das subidas). Deixamos Mr. Heil em boas mãos e partimos.
Nesta altura da viagem (imagine a altura, depois de tanto subir) já havíamos alterado o roteiro, nosso destino agora era "tão perto quanto possível de casa". Certamente que iríamos à Piên - se fosse possível chegar em Piên. Então acabamos em Agudos do Sul. Nos acomodamos em um dormitório, banhamo-se-me-los (cada qual a si mesmo) e fomos comer uma pizza - uma pizza que demorou tanto pra chegar, mas tanto, que chegamos a pensar que o motoboy vinha pela estrada de rio natal. De rena.

hora da manutenção matinal! arce, a câmara vai dentro do pneu!

menino iluminado esse. tirando sujeira de baixo da unha, mas brilhando

o parque não é só para aves, tem uma estruturinha pra gente também

tá meio vazio hoje (depois da chuva de ontem), mas tem até um riozinho bacana

um lindo pano de fundo de plantinha, se não fossem as folhas em forma de lápide

viu que conseguiram errar o nome do du e do lulis ao mesmo tempo? os 2!

mais um lindo e temático pano de fungo para seu computador

que beleza, odois apanhando bonito do motor 5.9! quem disse que não rende?

ah, mas tem hora que até mesmo a experiência precisa de um empurrãozinho

a vista do alto da serra de rio natal seria ainda mais linda se desse pra vê-la

ahá! tapes off! tapes off! (que em húngaro quer dizer "soltando as tiras")

mais uma parada menos de 100m depois, agora no mirante de verdade

olha lá, não falei? mira! mira, que belo! que belo tempo de chuva!

boa foto! muito legal as minivacas descansando sob o bonsai gigante

simplesmente impedalável! agora só vai tobateando mesmo

essa é a heilroad (que em portugal se chama autopista de bonde, ô pá)

deixando a serra pra trás, perdida na neblina, mas secos e sem água

em vez de "bem vindo", "bem indo" de rio natal (só que sem o trenó)

mas, ó, flagramos o grupo com um cincoentão!

pra provar que o ricardo botou mesmo a mão na massa pra receber o odois!

mr. heil fica por aqui. valeu pela companhia de todo ramo ciclotour da família heil!

agora é tocar pra piên, pormaisque seja agudos do sul

esperando o rango quase dormindo... agora só amanhã!
O resultado da inteligente alteração do roteiro foi um quarto dia mais tranquilo, sem grandes responsabilidades absurdas quanto às metas de horário. Até que essa história de aliviar o último dia tem dado certo, vide Vale Europeu.
Agora cá pra nós, um diazinho assim sem nenhum emoção, é possível? Claro que não. Se o dia começa as 0:00h, lá pelas 3:00h um colega das estradas, daqueles que pilotam veículos grandes de carga, começou a choramingar no celular porque a mulher não o queria mais...
- Cena 1
- (divisórias do dormitório de madeira fina; cicloturistas exaustos espalhados aleatóriamente pelo chão em dois cubículos; no terceiro cubículo um homem, entre choroso, bêbado e desesperado, fala alto ao celular): "ôamô, nufalassim cumigo, eunumtôbeudonão, nufazassim cumigo, ôamô, falassimnão, ôamô, numemaltrata ansim, falassim queu numqueromais vivê, numfalassim cumigo, euvôsimatá, ôamô, sôvagabundonão, numfalansim, ôamô, miperdôa ôamô" (cicloturistas viram, retorcem-se, enfiam o travesseiro na orelha (deles mesmos)) (repetir ciclicamente a cena e o monólogo durante duas horas).
Fora esse episódio bizarro, a emoção do dia foi mesmo a chuva. Acordamos umas 6:30h e um temporal lavava a cidade lá fora. A vontade de sair era grande, mas não tinha como (só se fosse de snorkel). As horas foram passando, até que 9:30h a chuva deu lugar pra uma garoa safada. Pra aumentar a emoção do retorno, aquele ventinho contra que incomodou no primeiro dia voltou nesse, só que dessa vez nem tão quente. Pedalamos e chegamos. Agora não tem muito mais. Mais, mesmo, só quando tiver mais =)
Serviços #
Dormitório Posto Milcheski. Av. Pres. Getúlio Vargas, 200 - Agudos do Sul - PR. (41)3624-1431.
Expediente #
Roteiro por Du, texto e comentários por Du e Lulis, fotos por Lulis e Heil, filmagens por Thiago e Heil, videomaking por Du, participação especial por Heil, Heil por Heil, todo o resto por Tobata.
Pedalado por du, lulis, thiago, arce, heil.
Publicado em 19 jun 2009.