Telégrafo e Superagüi
Um novo site requer uma publicação para voltar com tudo. Dessa vez nós voltamos com tudo mesmo, com tudo cheio de areia, de barro, de água do mar - uma desgraça só...
O Parque Nacional do Superagüi (sim, sim - no momento de escrever este texto também nos perguntamos se nomes próprios vão permanecer com trema pelo novo acordo ortográfico... mas você vai ver que trema não faltou nessa viagem: chegamos com tudo solto em casa!) sempre foi um sonho para nós (não desde pequenos, naquela época era café-com-leite, digo, de goiaba o sonho, freguesia). Em função das inúmeras travessias necessárias para se conhecer a região, sempre postergávamos a expedição. Mas dessa vez saiu! Saiu da centragem a roda, saiu do Paraná e saiu correndo na praia de nudismo do Superagüi.
- Nota
- Se você acha que o editor nº 1 se manifesta de forma imprópria ao atribuir o conceito naturalista (pelado mesmo) à referida praia deserta, saiba que impropriedade mesmo foi a realização da prática ciclonudista (pelado mesmo) pelo referido editor. Pormaisque o editor vos redige esta nota também tenha praticado (pelado mesmo). Ah, vai dizer que você nunca quis pedalar pelado? Não? Não mesmo? Mas ler o nosso site só de cueca pode, né? (da próxima vez desliga a webcam...)
Capítulos
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1Travessia de Barco 1 dia 95 kmDIA 1 curitiba, paranaguá, guaraqueçaba
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2Trilha do Telégrafo 1 dia 68 kmDIA 2 guaraqueçaba, batuva, trilha do telégrafo, ariri
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3Parque Nacional do Superagui e Ilha das Peças 1 dia 42 kmDIA 3 ariri, superagui, ilha das peças
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4Um estouro de emoções 1 dia 89 kmDIA 4 ilha das peças, paranaguá, curitiba
O verão. Ah, o verão! Esse suspiro foi somente para expressar a instabilidade que nos acercou no primeiro dia de viagem (e nos três últimos também). Seguindo pela BR277, uma pequena parada na serra para tomar café e seguimos para a mais antiga cidade do estado - Paranaguá. Quase 13h e já embarcávamos (em um barco mesmo - embora use-se "embarcar" para ônibus e avião, o que é estranho, se fosse enaviãozar ou enônibuzar ficaria mais de acordo (não esse último, o ortográfico)) sentido Guaraqueçaba.
O tempo estava aparentemente estável, bicicletas no teto do barco (tecnicamente amarradas) e seguimos pela baía de Paranaguá. Começa a famosa parte “com emoção”, não-emo-somos. Desanda um temporal e o barco começa a balançar (ai, minhas coisas no alforje! acho que tá lavando tudo). As conversas felizes que podíamos ouvir já se convertem em rostinhos verdes. Mas, afinal, para que se preocupar, o marujo comenta lá dentro: Ainda bem que temos GPS, tem uns 8 barcos perdidos na baía (GPS salvador!).
Muita cachoalhada depois (o que representa cerca de 3:30h), chegamos ao destino. Até que a travessia na chuva não estava tão ruim, o problema foi descer na chuva e se unir à bicicleta molhada. A chuva passou e o lulis deu uma sugestão: vamos procurar a “Pedra Roliça”!
- Nota esclarecedora sobre a pedra-roliça-por-favor
- Alguém sabe o que é essa pedra roliça, afinal?
A saída do caminho para pedra-roliça é na entrada da cidade. Relembrando o projeto Salto Morato, entramos novamente em Guaraqueçaba pela porta dos fundos. Mais algumas voltas por toda a cidade (tá, isso não é muito), resolvemos procurar um lugar para ficar. Analisando as opções e as condições, aterrissamos na Pousada Ferreira. Hospedagem em Guaraqueçaba é barato para quem só quer o básico. Com certeza vale mais a pena do que um camping em Itapema - vide experiência em no projeto Floripa...

aha! renato, o antigo presidente do antigo bicicristas

asfalto limpo, céu limpo, isso quer dizer que... vai mudar!

o que é que tinha de tão importante com o santana?

aproveita que logo acaba essa folga de asfalto menino

quase um lenda a típica parada no SAU

que folga! com direito a cafézinho pra esquentar mais!

a última descida dos três primeiros dias da viagem

welcome to paranagua city, tem até rodovia para ciclista

jogados próximos à marina, quase embarcando - e num barco!

olhe para a ponta do dedo do thiago, incrível né?

um monstro chamado tripé. do tempo que tinha tênis seco

o dú tá achando que tá no inter 2 às seis da tarde

tá chovendo só um pouco, que é isso, não tem stress

olha soh, até tem sol em algum lugar do céu

ueh, não tem foto do temporal durante a travessia?

pô, estragou toda a piadinha do comentário da foto 13

centro marinho de guaraqueçaba (e outros centros também)

que vagabundagem, tão durmindo em pousada é, galerinha?
No café-da-manhã o Sr. Ferreira nos contou que no final de semana anterior havia ocorrido o pior temporal em cerca de 2 décadas, devastando toda a região. Nessa hora não sabíamos se era melhor ficar felizes ou tristes. Felizes porque já tinha passado, mas tristes porque enfrentaríamos o resultado de tudo isso. Tá, é claro que ficamos tristes pelo povo humilde de lá, que já faz milagre para sobreviver e nessas horas ainda perde o pouco que tem. Mas aposto que naquela altura eles também estavam felizes porque o pior já tinha passado!
Na estrada de Guaraqueçaba já deu para notar: muitas pedras. Muito mais pedras do que estrada em si, fator crítico para cicloturistas. Um pouco para frente da cidade um desmoronamento “recém ajustado”.
Logo começava o trecho que seria totalmente desconhecido. Em um cruzamento seguimos sentido norte, para a localidade de Batuva. Nessa hora nos lembramos das caminhadas em rios. Sabe aquele rio bem raso que tem pedras no fundo, mais arredondadas (até porque são pedras de rio), estilo Nhundiaquara (para quem conhece Morretes). Então, imagine aquilo sem água e sendo chamado de estrada: É o acesso de Guaraqueçaba para Batuva.
- Nota das novas regras do Português
- Estávamos discutindo sobre a presença da trema no nome Superagüi, mas nessa hora, depois de pedalar a estrada acima referida, tivemos certeza que Batuva tem trema, trema pra caramba, vai lá pra ver se não trema! Trema tudo!
O sol animou a pedalada pelo meio da Serra do Mar. Na localidade, paramos para não cozinhar no sol (nunca tá bom, né, nunca tá bom). Coletamos a informação preciosa de que o “acesso rústico” para São Paulo era a próxima carreirinha à direita.
- Nota onomatopéica
- hahaha. Hahahehh. Haha.. carreirinha... hahhaha caminho para são paulo... ahahah carreirinha.. hehe... carreirinha?
A partir daquele momento começava: A temida, molhada, enlameada, medicinal… Trilha do Telégrafo.
- A Trilha do Telégrafo
- LAMA!! Lama!! Tá bom, já deu para entender na história. A trilha tem esse nome porque antigamente passava a linha do telégrafo pelo lugar - que ainda pode ser visto em alguns trechos. Saindo de Guaraqueçaba, são 8km pela PR405 até chegar em um cruzamento que dá acesso à estrada de Batuva. Mais 15km e chega-se até o início da trilha na própria localidade. A trilha em si compreende cerca de 6km. É muito conhecida na região pelos “desafios de moto-cross”. É bicicletável em alguns trechos, mas praticamente empurrável na maioria deles. O lugar é sem dúvida muito bonito e inóspito. A divisa de PR com SP é marcada pela placa de entrada do Parque Estadual de Jacupiranga.
- A trilha acaba em uma escola, onde já existe acesso para carros. Mais 7km e está a Estrada Cananéia – Ariri. Seguindo ao primeiro destino é possível seguir por São Paulo até chegar nas grandes rodovias, como a br116, de volta a Curitiba. No sentido Ariri, chega-se à uma pequena cidade portuária (Ariri, por acaso no fim da linha), conhecida como destino dos praticantes de pesca por lazer.
Tire as crianças da frente do computador porque vai voar barro! Mas o que pode ser tão ruim numa trilha se, afinal, já pedalamos tanto por esses lugares? Pode ser ruim porque havia uma semana que o mundo tinha caído na região - e não sobrou árvore sobre pedra. Na medida em que o tempo passava ficava mais difícil acreditar que estávamos no caminho certo. Só mesmo o GPS pra dizer: o vetor é esse, vai lá gurizada! Lama quente até o joelho é um saco (mas dizem que é medicinal).
Para não dizer que não fizemos o melhor possível, conseguimos errar um trecho. Em função das chuvas, uma ponte caiu no meio do caminho. Bem, "caiu" é jeito de falar: a chuva levantou a ponte e a levou para adiante, então na verdade subiu... A população local já havia criado um desvio, mas não percebemos. Foi “a operação passar bicicletas”. Um pouco mais à frente surge o que um dia deveria ter sido um trecho “calçado”. Um amontoado de toras que, em função da chuva, já estavam totalmente deslocadas. Tudo isso culminou em uma escolhinha (ao menos!) e, logo, estávamos na estrada que liga Cananéia à localidade de Ariri, em São Paulo.
Pelo menos vivos e enlameados, mas não molhados! Ah, que equívoco. Foi só pensar assim para que pegássemos o nosso primeiro grande temporal antes de terminar este dia em Ariri. Mais uma vez, hospedagem em pousada valeu mais a pena que qualquer camping. Sobrou tempo para negociar a nosso traslado para a ilha de Superagüi (traslado de toc-toc trema também!), no dia seguinte.

pousada ferreira apresenta: pousada ferreira apresenta

a clientela é sempre a mesma, vemos pelos veículos estacionados

era para os dois fazerem pose, valeu seu ferreira

a parte boa, ou seja, asfaltada, desse dia da viagem

que solzão hein, dia maravilhoso para pedalar

o que é vocês estão olhando de bom que eu não vi?

desmoronamento em estrada de terra é recapagem

as obras de recapagem foram longe pelo jeito

a essa hora a sombra já estava melhor que o solzão

e agora, onde será que acaba esse asfalto?

mais umas para o grupo de montanhas anominadas

essa foto não parece...? não, não parece com nada não

ah, ela parece com essa outro foto, isso sim

o mininu, cuidado com o buraco aí na frente!

ah, essa é a estrada que tem trema, bota trema nisso

bota a bota e vai a pé, porque tá difícil pedalar aqui

ah, era isso que o lulis tava tentando fazer na foto anterior

não construir um cruzamento, descobrir o caminho!

à essa hora a caixa tava solta: a caixa toráxica

mais um pouco estão os dois no chão, cansou?

falando sério, parece uma estrada mesmo?

bom, olhando por esse ângulo, hum, também não

jaimeeee, a criançada tá com sede....

meio de transporte mais recomendando na região

bom, ISSO é o início do acesso à são paulo

familiarizando por outro ângulo...

ah, tá melhorando, daqui a pouco vira uma rodovia

hum, dú, é por aqui mesmo? sério, tá estranho!

dú declara: put.. cagad... é por aqui mesmo pessoal!

ah, pelo menos tem subida e descida pra quebrar a monotonia

nao é que o tal tripé da foto 11 existe mesmo?

vejamos pelo lado bom, pelo menos só faltam 5km!

se esse é o lado bom.. - dú, tem lado melhor?

se você também foi por aí provavelmente não...

já fizemos alguma piada com menino da porteira?

agora dá pra dizer que tem um lado bom, qual seria?

o lugar não é só marrom não, é verde também!

thi, desculpa por te trazer aqui, eu juro que não sabia

ah, tá tudo tranquilo, isso é refresco, jaimeeeee

isso não é refresco, são os bolinhos que acompanham

medidor de profundidade de lama, resultado: joelho

agora vamos medir a profundidade do rio então

estou profundamente cansado depois dessas medições

me parece que o solzão passou por solzinho e agora sumiu

acredite, o lado melhor é o lado de dentro, da lama

dú, você tá tirando barro do joelho???

ahaha, essa foi boa mesmo, barro do joelho, ãh? ãh?

calma, é só se apoiar no chão, bem lá embaixo...

ah, o trecho calçado, finalmente, achei que não ia chegar

acho que a chuva levou a calçada também...

aha! ê são paulo, que estado lamento esse

ah diferença estre os 2 é que o da esquerda é mais limpo

oh, um estrada, de verdade.. oh oh olha a chuva pessoal

nada a ver, o solzão tá bombando

tem chovido aqui, não tem? isso é rasinho perto do telégrafo

essa nuvem não é do photoshop, o que quer dizer...

quer dizer que tá na hora de lavar as bicicletas

até a máquina ficou com o olho molhado depois dessa

deixa eu jogar tetris um pouco, por favor

eu jogo tetris muito melhor que você, me dá isso aqui

uhu, chegando em Ariri pela rodovia principal

que miguxo esse calçamento, a cidade toda é assim

quis dizer as 4 quadras que a cidade têm
Tomamos café com o Sr. Claúdio, morador antigo da região que nos contou várias histórias. Foi com ele mesmo que combinamos o traslado para ilha de Superagüi, cerca de 50 minutos. Pelo preço que queríamos, fomos os três com as bicicletas numa pequena voadeira (voadeira que nada, não voa, não. e nem é um cavalo, é um barco). Não há como negar, a água parecia mais perto de nós do que o normal...
Com o mar muito mais calmo que no primeiro dia, fomos desembarcados no primeiro local pedalável. Não dá pra dizer que foi sacanagem, mas em se tratando de ilha deserta, começamos a nos preocupar com algumas passagens pelo mato e rio - afinal, não estávamos ainda na praia deserta.
Logo bateu o desespero. Chegamos em um local que a praia estava tomada por galhos, só era possível transpor por via marítima. Que bom: nós - e nada! - no meio do nada naquela situação - e nada! E, pior, bicicleta não nada! Tá, tá: nada que uma triagem não resolva... O Dú caçou uma trilha pelo meio do mato, alguns metros antes do local tomado pela vegetação, e logo encontrou “a passagem”. A trilha é bem extensa até, chegando finalmente na praia deserta. E com uma larga faixa de areia para pedalar (várias faixas, eu diria).
- Pq. Nacional do Superagüi
- O parque é localizado na região litorânea-norte do Paraná, compreendendo uma área de 339,3 km², dentro do Complexo Estuarino Lagunar (de Iguape em São Paulo até Paranaguá). Os ecossistemas predominantes são: floresta, maguezais e restinga. Dentre as diversas ilhas, as mais visitadas são: Superagüi, Pinheiro, Pinheirinho e Peças.
- Um dos principais atrativos da região é a praia deserta. Possui 38km de extensão de praias virgens, podendo ser visitada a pé ou de bicicleta. Para chegar lá é possível seguir desde a comunidade de Superagüi pela praia ou caminhar na "Trilha da Lagoa". Essa última possui 3km, onde é possível observar uma formação de restinga com muitas bromélias, diferentes tipos de líquenes, orquídeas e outras espécies.
- O único local onde é permitido pernoitar em toda ilha do Superagüi é na própria comunidade; nos outros locais é permitido apenas transitar.
Fonte: Ibama.
Praia deserta? Isso existe? Sim! Uma extensa praia deserta onde aproveitamos para fazer o nosso primeiro pedal ciclonudístico (provavelmente o último, o limite entre o hilário e o bizarro é muito sutil). Logo surgiram travessias dos rios que desaguam no mar. Em função das chuvas, o volume de água estava anormal (no sentido literal da palavra, não o pejorativo), o que simplesmente deu medo. Finalmente, a comunidade de Superagüi.
- Nota de revisão de roteiro
- O destino final era aqui, mas pela proximidade da Ilha das Peças (visível da praia), resolvemos trasladar mais uma vez e pedalar mais uma praia deserta.
Depois do almoço pegamos um toc-toc (quem bate?). É um tipo de barco que faz um barulho traduzido onomatopeicamente por “toc-toc” (isso mesmo - e tecnicamente, como um bom garagista (humn), o thiago explicou que é por causa do motor “estacionário”, super-mega-ultra-econômico e lento).
A travessia dura cinco minutos. A praia da ilha das peças é tão bonita quanto a do Superagüi, e ainda tem um “plus”: a medida que contorna a ilha, consegue identificar a ilha do mel lentamente de longe, até chegar bem próximo (com o oceano no meio, obviamente) à Fortaleza (não no nordeste, mas sim a localidade dentro da própria Honey Island).
O centro da ilha das peças não tem nada de deserto e calmo. Com muitas lanchas e iates, a praia dali é o “programa de final de semana” de muitos parnanguáras (o termo “centro” é aqui usado para distinguir o local com maior aglomeração de casas da praia deserta).
Procurando um camping conhecemos o singular Sr. Sátiro Martins (não, ele não é um camping, é o proprietário). Ele possui uma casa de veraneio na ilha e resolveu montar o camping porque recebia muitos parentes em sua casa. Achou uma alternativa melhor para hospedar o pessoal! Acomodados, recebemos o convite para observar a sua pesca artesanal a um peixe chamado “parati”.
Depois de entrar no mar e observar a colheita marítima, aprendemos a preparar o, segundo ele, famoso “Parati Selvagem”, que inclusive deu origem ao nome do camping. A janta foi engraçada e inóspita, comendo parati selvagem e siri (cansamos mais de tentar comer estes últimos (os siris, ora!) do que vir pedalando de Ariri (até porque viemos de barco um bom trecho)). Ainda deu tempo de provar a Cataia. É uma folhinha curtida na cachaça, que o pessoal toma muito por lá. Dizem que é afrodisíaco, mas a gente descobriu que é cachaça mesmo. E forte. De verdade.

bom dia pousada, já estamos indo embora

essa é um ramal do porto turístico do ariri

no meio da foto o dono da pousada: sr. claúdio 100% ariri

não é qualquer lugar, tem umas mansões por ali sim

as bicicletas estão brincando de cena romântica do titanic

que cara de quem acabou de sair de uma rave

não, o barco ainda não estava virando, é o fotógrafo poser

agora sim, alinhado com o horizonte

não dá pra se arriscar com nomes, são muitas pequenas ihas

mas que a serra tá ficando para trás, isso tá

o filho do sr. claúdio tinha que aparecer também, o piloteiro

é muita sacanagem usar idem com comentários né?

essa foto têm quatro sentidos diferentes, um deles é para trás

que medo hein, deu medo de conhecer o mar por dentro de bike

não, a bagagem não está boiando, é só o barco que não aparece

é um marzinho perto de um céuzão nesse caso

recurso: inserir mais verde na foto anterior

se olhar bem, as bicicletas estão amarradas, afundam juntas :)

pedalando na praia, primeira vez no odois, que emoção

foi esse navio que nos trouxe, lávai o barquinho

olha só, população na praia deserta? ainda não é deserta

ah, agora sim, nada reconhecível no entorno

que praia molhada, estamos chegando no piscinão de ramos?

hum, a bicicleta tá ficando ÓTEMA para pedalar

rio que deságua no mar é maré cheia oooo, mareia oooo

aha! odois no mar vermelho, que chique

olha que é vermelho mesmo, mas essa não é a praia deserta?

se o thiago disser que tá fundo, é porque não dá mesmo

ah tah, vão construir uma ponte agora?

isso quer dizer que não tem mais para onde ir?

não fica triste, estamos perdidos sem comunicação

aha, triagem superagüi encontra uma trilha

mas que divertida essa triha, mas legal do que o esperado

ou mais legal que os desesperados, isso sim

agora não tem mais desculpa, bem vindos a praia deserta

manifestão ciclonudística em meio ao meio do nada

au revoir das gaivotas, deserta mesmo tchê

thiago também quis atuar um pouco no ciclo nudismo, de leve

sujeira aqui só dos carangueijos argentinos

não parece copacabana em pelo ano novo?

não mesmo, tá muito movimentando, dois ciclistas!

olha lá, não é que as gaivotas argentinas estão ali na frente

pedalando sem camisa, vão acabar se queimando crianças

agora sim queimados, que físico hein

olha um monte de pinguim deitado, não é deserta, não é não

cuidado thiago, você pode se molhar ou se sujar, sai daí

já deve ter percebido que a praia deserta é bem extensa!

é só a pochete pessoal, é só a pochete, sem maldade

ah não, faltou o chão de volta?

por pouco tempo, olha só, superagüi - comunidade, não é deserta

uma autêntica tobata do mar, toc toc toc toc

o problema é toc que toc é toc barulhento toc

o lulis foi nessa viagem? pelo menos no barco sim, e nudo também

não cansamos de praia deserta ainda

mais uma despedida à barquinho e seguimos libertos

tenho impressão que essas fotos na praia vão longe

pelo menos até a ilha das peças elas vão

mas já não estávamos na ilha das peças?

eu tava falando do centro de ilha das peças

e essa ilha aí, qual será? mel deos, é a ilha do mel

aquela ilha láá no fundo é a ilha do continente

é praia que não acaba mais

mas agora não tão deserta, o cara que fez isso tá lá em cima sentado

esse farol tá meio pra baixo né, coitado

não é que existem duas faixas nessa praia, thiago, tá na contramão

o o o os dois! estão na contramão, seria uma praia de mão inglesa?

veja bem, consegue enxergar o ciclista bem pequeno nessa foto?

talvez porque o ciclista não estava naquela mesmo...

ah não, será que vai acabar a praia de volta?

oh loco, praia é o que não falta por aqui

pensando bem até que podia acabar essa história de praia e foto

essa foto não é familiar??

nem tanto quanto esta. isso sim é foto de família

hum, agora me confundi, qual será que está no cabeçalho?

o centro da ilhas das peças, veja bem, tem umas lanchas no fundo

no caminho do camping.. quase acabou a história de praia

aha! refeição caiçara com o grande sr. sátiro

é isso aí, um abraço para a galera e dale tentar comer siri
Durante a noite choveu (imprevisível) e acordamos ilhados na ilha das peças (alguma novidade até aqui?). Despedidas a parte, o tempo já começou fechado (ao contrário dos outros dias) e seguimos para o trapiche, o destino seria novamente Paranaguá. Mais uma travessia, dessa vez mais curta que a primeira - e mais calma também.
- Nota para cicloturistas em travessia
- Sempre que for fazer uma negociação para travessias, não questione o valor cobrado pela bicicleta. Pelo menos não no primeiro momento. Como as pessoas levam muitas coisas entre essas ilhas, eles não costumam cobrar, a não ser que você, bem “turistão”, pergunte o preço da travessia para a bicicleta. Daí sim, eles cobram :|
Devidamente desembarcados em Paranaguá, só faltava mas uma “esticadinha” até Curitiba, consideravelmente perto e fácil se comparado ao restante da viagem. Antes de mais tudo, calibrar os pneus para o asfalto, afinal, não precisa ficar murcho igual nas estradas de terra.
Eis que o calibrador do posto se revolta contra o uso ciclístico e resolve dar um golpe no pneu do Dú. Por azar, era o thiago que estava enchendo. O equipamento deu “uma bombadona” que superou a pressão máxima permitida, ocasionando um POUUUUUUU (não dos teletubbies, uma onomatopéia de estouro mesmo).
- Nota analítica
- Estouro de pneu na verdade é estouro de câmara. É só pegar uma reserva e substituir. Ok, deixa eu ver aqui... Aro? O que? Arrebentou o aro? Isso mesmo. Agora sim, estamos na merda.
Domingo, cidade de Paranaguá, um aro amassado (amassado? arregaçado!), uma câmara estourada. Nessa hora só gambiarra resolve. Com a ajuda de um borracheiro desamassamos o aro, passamos uma fita crepe para as hachuras do alicate não rasgarem a nova câmara, enchemos o suficiente (pouco mesmo) para o pneu rodar e.. GO HOME! E não é que deu certo?!
- Nota paradoxal
- Ironia pensar que precisávamos de uma bicicletaria logo depois de ter chegado da própria ilha das peças...

vamos montar todas as tralhas para seguir, finalmente, para casa

a ligação da luz tá bem segura, é um sistema meio hidráulico

eu gostei da ilha mas... posso ir com vocês? por favor!

é isso meninas, cuidado com a chuva, nada de sair escorregando

hum.. o que será essa sombra no aro, coisa boa que não é

aro rachado + fita crepe + pneu murcho = solução
Serviços #
Pousada Ferreira - Guaraqueçaba - PR. Av. Ararapira, s/n. Jamil (41)3482-1388.
Pousada Caiçara - Ariri - SP. Pousada, passeios de barco e travessias. Cláudio (13)3852-1107.
Camping Parati Selvagem - Ilha das Peças - PR. É necessário ligar antes confirmando pois Sr. Sátiro Martins, dono do camping, não fica sempre na Ilha das Peças. (41)9674-2745. Contato em Superagui: (41)3482-7148.
Expediente #
texto por Du, maratona-de-construir-o-novo-site por Lulis, video e outras fotos por Thiago.
Pedalado por du, lulis, thiago.
Publicado em 1 mar 2009.