Ponta Grossa
O que fazer quando temos apenas projetos de 7 ou 3 dias, sendo que o feriado é de 5? Estávamos em dúvida entre encurtar a proposta do Superagüi ou a de Prudentópolis. E, lógico, optamos por: Alongar a de Ponta Grossa!!!
A idéia inicial era visitar o "Buraco do Padre" e retornar pra Curitiba, totalizando 3 dias. Através de algumas pesquisas turísticas, descobrimos mais 3 atrativos empolgantes para serem visitados de modo que a viagem durasse 4 dias. Eles são: Cachoeira da Mariquinha (rendeu tantas piadas quanto buraco do padre), Capão da Onça e Cânion do Rio São Jorge.
A reunião que antecedeu o projeto não foi a das mais animadoras. Dos seis componentes, dois estão inválidos (Bruno e Cheps sem bicicleta), outro se invalidou (Arce) e sobrou, como sempre, o Lulis, o Dú e desta vez o opcional Thi. Não há como deixar de comentar dos agregados que participaram da viagem: Vina, Vina e Gaúcho (sim, são dois vinas). NÃO, eles não foram de bike: acamparam conosco na primeira noite, visitaram o buraco e se foram de carro...
- Teoria Opcional
- De acordo com estudos calcados no levantamento de dados das viagens realizadas, o departamento estatístico do odois divulga aqui a Teoria Opcional (já que a prática é obrigatória, cicloturisticamente falando).
- Reza a comprobabilística que a combinação e permuta aleatória de componentes na formação de conjuntos gera uma repetição de padrões involuntária - ou não. Os dados revelam que as viagens estão seguindo o padrão básico de componentes "Lulis, Dú e mais um opcional". Em teoria, isso é o nÓs² Expedição!
Enfim, depois de tantos projetos serranos, estava na hora de explorar as "Escarpas e Formações Rochosas" dos Campos Gerais. Se bem que, considerando o número de subidas e descidas relevantes, tudo acabou por ficar com uma grande cara Serra.
Conheça mais detalhes dos atrativos desta viagem: Cachoeira da Mariquinha e Buraco do Padre no segundo dia; Capão da Onça e Cânion do Rio São Jorge no terceiro dia.
Capítulos
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1Estrada do Cerne 1 dia 111 kmDIA 1 curitiba, campo magro, bateias, pq. nacional do açungui, passo do pupo, cachoeira da mariquinha
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2Cachoeira da Mariquinha e Buraco do Padre 1 dia 21 kmDIA 2 cachoeira da mariquinha, passo do pupo, buraco do padre
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3Capão da Onça e Cãnion do Rio São Jorge 1 dia 27 kmDIA 3 buraco do padre, capão da onça, estrada para alagados, cânion do rio são jorge
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4De volta 1 dia 131 kmDIA 4 cânion do rio são jorge, estrada para alagados, ponta grossa, s.l.purunã, curitiba
Como é bom levantar bem cedo e pensar: Hoje vou ficar pelo menos oito horas em cima de uma bicicleta! (não em uma ergométrica - aí até entenderia o desapontamento...)
Saindo no horário quase previsto, considerando que - incrivelmente - o Thiago não estava atrasado, seguimos rumo à Estrada do Cerne. Este paseo é considerado místico para o grupo: uma peregrinação cansativa e desesperadora ascendendo a escarpa devoniana por sinuosos caminhos de terra. Na viagem do guartelá já havíamos passado por essa provação...
Saindo por Santa Felicidade, paramos em Bateias para um lanche enfeitado por um belo conjunto de montanhas ao fundo (pseudo identificado como Morro do Palha). A chuva desta vez não deu o ar de sua desgraça: desviando das nuvens (por sorte) chegamos ao fim do dia secos (mais ou menos).
As curvas e desníveis foram, como sempre, dignos da PR090. No horário do almoço (para pessoas normais) chegamos à bifurcação que leva para Ponta Grossa - trajeto totalmente inédito para o grupo. Não que a nossa esperança fosse importante - ou mesmo tivesse que ser considerada - mas a idéia era facilitar deste ponto em diante. Salgada ilusão: a dificuldade foi aumentando e o esgotamento também...
Nessas horas surguem idéias do tipo: "Que é que eu to fazendo aqui?", "Quando vai acabar essa subida?", "Meu joelho não tá mais aguentando há uns 20km...", "Só mais um minuto de subida ou mais uma hora?". Tudo bem desesperador, mas sempre lembrado através de risadas...
O sol já estava se escondendo quando atracamos no Passo do Pupo. Thiago e Lulis deviam imaginar o óbvio: "foi tudo bem planejado pelo Dú e devemos estar há alguns minutos do objetivo, que por sinal também deve estar bem definido". É lógico que não. Sem muito cudoce vamos direto às erratísticas: mais 13km por estradas de terra, sendo 3 retornando e outros 10 inéditos compostos por subidas, descidas e areiaplanes. Sim, a nova sensação do momento: areiaplanagem - ou areiaencalhagem. Difícil acreditar que em alguns trechos fosse tão difícil sair do lugar ou não cair no areial. Nessa altura encontramos o Vina e, realmente iluminados pela luz do seu carro, seguimos (nos perdendo) pelos campos gerais atrás da tal Mariquinha. Ao final da estrada encontramos "uma intenção de estrutura" para visitantes, logo julgamos (sem muita convicção) ser o lugar certo.
À noite, depois de muito cansaço, fizemos AQUELA sopa e - ao som da Viola do Vina - ficamos cantando e filosofando sobre coisas absurdas ou tão não absurdas como: "Será que realmente dá pra ver as luzes de São Paulo a partir do Pico Paraná?".
Uma última informação: não dava pra ter a mínima idéia de onde estávamos. Perdidos no breu total, ouvíamos apenas alguns animais (além de nós mesmos) e o barulho de algum rio bem próximo.

paradinha alimetícia sob proteção divina

agora a seiva: pedalando no núcleo do cerne

este não é o morro do palha, como pensamos, mas sim o morro do gambá (dica do Alexandro Stella)

uma nesga de céu azul merece até pose pra foto

parada obrigatória na bica duma subida (como se fosse só uma)

cercados de vegetação por todos os lados

araucárias top top da floresta nacional do açungui

ir pra longe pra estar longe e ver ao longe...

nota dez em cicloturismo sincronizado e colorido

ah, como que queria estar aqui... e estou!

sai da frente que tem mais gente que quer estar aqui!

a montanha anuncia o ocaso ao acaso, digo, aos ciclistas

e espetáculo do fim do dia é tão imenso quanto o desespero

asfalto! ah, mas não é pra agora não, pode voltar!

repita rápido: o salim saliva lento à lúgubre luz da lua lasciva
Você que teve a curiosidade de ler o primeiro dia até o final vai entender um pouco mais sobre emoção e "impacto psicológico" no segundo dia. Um frio infernal, mas suportável, durante a manhã. Os mais dispostos - Lulis, Dú e Vina - acordaram relativamente cedo e se depararam com as imagens que podem ser vistas nas fotos. Gigantescas formações rochosas ao fundo no meio de uma paisagem paradisíaca. É claro que as imagens não podem expressar a reação daqueles que acamparam sem saber o que era o quê e, de repente, se deparar com aquilo.
Os mesmos citados acima foram em busca do objetivo que, afinal, ainda não tinha sido alcançado: a Cachoeira da Mariquinha. Após fazer uma triagem "errada", finalmente descobrimos uma trilha com ares de principal: bem batida, com lixeira e pontezinhas. Trinta minutos depois, caminhando rapidamente, avistamos a Cachoeira da Mariquinha, pela parte inferior. Sensação novamente indescritível e "infotável". Como o resto do bando ainda estava dormindo, voltamos bem rápido ao acampamento para reunir a galera.
- A Cachoeira da Mariquinha
- Localizada no vale do rio Quebra Perna, em uma fazenda não muito distante vetorialmente do Buraco do Padre, a Cachoeira da Mariquinha é uma belíssima queda de 30m de altura. A entrada custa R$2,00 e a estrutura oferecida além da área de estacionamento / camping é um banheiro e uma lanchonete, provavelmente ativos somente na alta temporada. Dois rios próximos ao "estacionamento" formam prainhas onde se pode tomar banho. A cachoeira também possui um bom espaço onde se pode fazer o mesmo, e é possível acampar em ambos locais. Um ponto que traz uma vista mais completa da cachoeira é o alto de um arenito no lado oposto do vale, passível de ser alcançado por trilhas alternativas (mais complicadas por causa das pedras).
Acesso: pela PR513 - Rodovia do Talco - distante cerca de 32km do centro. Após passar a igreja de Passo do Pupo, acessar a PR513 (saibro) à direita. Após 2,2km entrar à direita em uma placa escrita "Tayna". Depois de 9km pela estrada principal chega-se à sede onde há acesso por trilha (cerca de 1.000m) à cachoeira.
A idéia era fazer a trilha com eles logo após o café mas, depois de acordar instigados, resolvemos caminhar pela tal formação rochosa primeiramente. De tanto caminhar sobre a escarpa, chegamos a um mirante da Cachoeira da Mariquinha, que inclusive, traz uma vista melhor que a da trilha. Muitas fotos e reflexões espirituais até conseguir alcançar o acampamento de novo e iniciar a trilha pra parte inferior novamente. Na cachoeira, os únicos "loucos" que entraram na água foram o Lulis e o Vina - estava realmente frio.
Tudo limpo, arrumado, hora de ir embora; encontraríamos os "piás de carro" no Buraco do Padre após o Almoço.
Aqui se inicia uma nova profecia: As SUBIDAS para sair do atrativos (TODOS) da viagem. Obviamente houveram trechos, saindo da Mariquinha, que somente empurrando a bicicleta (e desatolando da areia) para vencer. Passo do Pupo foi mais uma vez o ponto de parada, dessa vez muito mais agradável - ou seja, almoço.
Satisfeitos com a comida colonial ou não-tão-colonial, percorremos mais 3 km: lá estava a entrada pra Reserva Natural Buraco do Padre. MUITO tempo de descida (na cabeça já se passava o problema que isso causaria no dia seguinte). Os "piás de carro" já não tinham mais paciência pra esperar, quando chegamos: foi o tempo de prender as bicicletas e já iniciamos a trilha do Buraco do Padre.
- O Buraco do Padre
- Localizado no distrito de Itaiacoca, município de Ponta Grossa. O nome foi dado porque o lugar era um refúgio para os jesuítas, proprietários das sesmarias de terras do rio Pitangui que abrigavam também o antigo caminho das tropas. O local muito curioso é uma formação rochosa com abertura superior de 43m de altura e 19m de diâmetro, dentro do qual caem as águas do Rio Quebra Perna, formando uma cachoeira de 30m de altura e uma piscina natural. A furna é acessada por uma trilha de aproximadamente 1.000m que adentra, por uma fenda, no buraco. Ainda existem outras trilhas pelas quais se pode chegar à parte superior do buraco e a outros arenitos semelhantes aos de Vila Velha.
Acesso: dista somente 26km do centro de Ponta Grossa através da PR513, sendo apenas os últimos 5km por estrada de terra.
Quando adentramos a furna, o pensamento dos componentes era o mesmo de todos humanos que já se enfiaram por aquelas bandas: "Mas COMO?", "Como assim?", "Peraí, mas?", "ÃH?" e assim vai até chegar-se à conclusão de que nem tudo tem necessidade ser explicado. É claro que um geólogo poderia explicar facilmente mas, para nós, nem importava mais: Somente a beleza e energia do local já eram suficientes. Depois de tanta pira, subimos para avistar na parte superior e ficamos passeando pelas formações areníticas.
No final do dia a galera que foi de carro seguiu pra Curitiba, enquanto o odois concluía 50% da expedição. Janta, uma quase fogueira e surge a idéia já esperada: Passar um medão, fazer a trilha 10:30 da noite e ficar dentro do Buraco do Padre no breu. Bateu um medo com certeza de medo, mas valeu a pena!
- Nota de estupidez para o Dú
- A criança estava brincando à noite na beira de um riozinho, ao lado do acampamento, com os dois ciclocomputadores (dele e do lulis) no bolso da blusa (justo por ser o responsável por tomar nota dos dados). De repente ele dá um pulo, alegre e saltitante, deixando cair ambos os ciclos. Só ouve delicamente o lulis comentar "pula na água mesmo porra!". Este ainda encontrou o seu ciclo na margem do rio. O Dú, porém, com toda sua habilidade, acaba dando por perdido seu velocímetro. Ê criança!

o carro do vina no estacionamento pseudo camping

entre os arenitos, ao longe, desponta a mariquinha

foto do mirante, atrativo turístico e de turismólogos

todos os tropeços e a grande queda da mariquinha

agora com équiu! équiuturistias!

formações pedregosas características das paisagens da região

tão seca quanto as rochas, tão viva quanto sua fractal galhagem

travessia em uma das prainhas naturais dos arredores

panorâmica das rochas anteriores, vistas do outro lado do vale

o homem que contemplava e o tempo (tempo ruim...)

mais uma pausa iluminada num breve mergulho no infinito

ela, linda leve e larga, a própria mariquinha

agora sim, o mergulho no infinito. gelado lá no infinito

campos verdejantes a suplicar: me pulem, me pulem!

mas já? estamos entrando no buraco do padre!

a inusitada - e mui bela - cachoeira do interior do buraco

a fenda da entrada e a impressão de que tudo desmoronará

no alto, uma fresta de céu: o próprio buraco, ele mesmo

tem como não ficar abismado ao admirar a beleza singular do local?

a cahoeira, de cima, da borda do buraco de outrem

o fluxo nervoso que antecede a queda

tem morcego aí mesmo? sério? ah, não vou não...

uma pequena queda antes do buraco

o buraco, visto de longe. que furada!

contemplação insolação e apontamentos interessantes

tudo por aqui parece desintegrar e desmoronar o tempo todo. divertido

estávamos lá em cima há pouco, agora é hora de camping

e foram! até +, vinas e gaúcho! agora somos só o-dois (ou três)

um pouco de fogo pra aquecer a conversa e, claro, espantar mosquitos

um registro quase abstrato da visita noturna ao buraco
Prosseguindo daqui somente os componentes do odois, despertamos cedo para sair rumo aos dois atrativos do dia. Quando já estava quase tudo arrumado pra partir do Buraco, nos deparamos com uma cena no mínimo chocante: um ônibus escolar cheio de mães, pais e crianças - além de muitas barracas, colchões, panelas, isolantes térmicos, etc... Conseguiu imaginar? AH... Não ligue, nós também tentamos achar algum sentido. Depois de conversar com alguns dos organizadores ficamos sabendo que era uma reunião de família e conhecidos que ficariam acampados ali durante 3 noites. Cerca de 40 pessoas sendo a maioria menor de 12 anos. A partir daquele momento percebemos: não é tão difícil conviver entre nós do odois.
Como comentado antes, as saídas dos atrativos sempre foram intermináveis. Desta vez não foi diferente, depois de 5km de subida árdua chegamos à rodovia. Mais 2km de subida pelo asfalto até chegar a um trecho denominado pelo thi como: "um dos mais T que eu já pedalei". Justifica-se: a rodovia, no percurso entre o Buraco do Padre e a entrada do Capão da Onça, é bem plana e em altitude maior que a cidade de Ponta Grossa, criando um mirante-contínuo nesse fabuloso trecho.
Depois de ajudar um rapaz, empurrando o que um dia já foi um Passat para o acostamento, chegamos à entrada do Capão da Onça. A principio ficamos descansando, comendo e molhando os pés na água, vislumbrando o complexo de piscinas naturais. Confesso que inicialmente com algum desprezo, considerando-se outros atrativos mais interessantes outrora visitados. Essa imagem passou assim que o responsável pelo local nos indicou a trilha que levava às quedas na parte mais baixa do rio. Surpreendente o "Balneário Natural".
- O Capão da Onça
- Localizado apenas à 16km de Ponta Grossa, o capão da onça é uma seqüência de pequenas e largas cachoeiras. O local possui uma pequena lanchonete e banheiros em instalação simples. Constitui-se em um balneário natural com cachoeiras, corredeiras e piscinas naturais. Não é permitido acampar, de acordo com os funcionários da lanchonete, por motivo de segurança. Não tem custo de entrada.
Acesso: Seguindo pela PR513 existe indicação na estrada de onde se deve entrar; após uma descida de 2km chega-se ao estacionamento.
Em uma conversa com o referido proprietário, em seu bar, acabamos obtendo uma informação valiosa: chegar ao próximo atrativo seria possível por estradas particulares rurais, reduzindo em cerca de 15km o trajeto. Após convencer o dono da primeira propriedade seguimos "sempre em frente" - como nos foi explicado... É lógico que, em certos pontos, a solução foi perguntar sobre o caminho. Quase ninguém soube explicar, somente um senhor que trouxe a seguinte informação: "Vocês já passaram da entrada faz algum tempo". A gente pensou: "que bom né?". Depois de entrar no caminho certo ainda perdemos a confiança mais umas 3 vezes até, após algumas "areiaplanagens", atingir o pré-objetivo: a placa indicativa do recanto do Rio São Jorge.
Como toda boa entrada de atrativo, foi só descida e alegria. Nos acomodamos e o almoço foi basicamente condimentos pela falta de pão ou coisas da espécie.
Começa aqui a candidata à melhor parte da expedição: visita ao Cânion do Rio São Jorge. As formações rochosas são muito estranhas e passíveis de comentários e pensamento viajantes. No início são apenas piscinas naturais e pequenas quedas para, enfim, atingir o maior e mais impressionante salto do rio. Após muita contemplação ainda sobrou algum tempo pra se encharcar nas piscinas superiores antes de partir pra janta. Mais uma vez pudemos nos realizar com uma fogueira.
- O Cânion do Rio São Jorge
- A propriedade particular que abriga o rio São Jorge, distante apenas 17km do centro de Ponta Grossa, possui uma série de pequenas cachoeiras e piscinas naturais. Através de uma trilha de cerca de 1.000m pode-se chegar ao alto de uma queda de 30m, onde o rio contorna uma série de blocos que se desprenderam à milhões de anos. Trilhando mais 300m chega-se à parte inferior da queda, de onde se tem uma vista ainda mais bela. O local é muito requerido pelos praticantes de rapel. Além dos banheiros e de uma lanchonete, no local estão distribuídas mesas e estruturas para se fazer churrasco. Também é possível acampar e em diversos pontos existem lâmpadas e tomadas. O preço do camping é R$6,00/pessoa/noite, já inclusa a entrada. Para aqueles que não desejam acampar, a entrada é R$3,00/pessoa.
Acesso: O acesso é feito pela estrada para alagados (via rural em bom estado).
Contato: Sr. Lourenço (42 3226-3771) (42 9972-2621)

uma aranha a tecer seu destino entre a poeira cósmica e o vazio absoluto

acredite, isso não foi o prenúncio de um tombo

no capão da onça, caminhando sobre as águas. ops, pedalando

a pequena praia do capão, repleta de buracos sem padres

sessão relaxante alimentícia informativa e canina

desafiando a tensão superficial, ciclistas e o simpaticão

um dos curiosos buracos no leito do rio, sem padre

e por aqui o capão continua, que beleza...

e a vontade de estar aqui agora?

e quando você acha que vai acabar cai de novo...

beleza em ricos detalhes... hei, acho que ali mora a onça

espero que não seja a hora da onça beber água

noção de tamanho? essa criança da foto é 1,90m de thi!

não, pequena árvore, não se sinta só

terrenos alternados de areiaplanagem e barroatolagem

me pulem, me pulem! ahá, eu sabia que não resistiriam!

as quedas nervosas de são jorge

o imenso cânion, encontre o du e o thi pra ter noção...

o espetacular salto do rio são jorge, sem palavras

a queda, por baixo. isso deve molhar. e doer

os imensos blocos por donde desabam as águas do são jorge

magnific... mas aquela parada da aranha foi muita viagem

tente compor a cena, a geologia. em blocos, claro

um pequeno paraíso em cada canto do pé da queda

falando em compor em blocos...

sede de natureza

acho que o édem tinha essas cores, assim assim

antes da queda, a tranquilidade do são jorge

a paisagem de fim de tarde fecha o dia com chave de ouro

mais uma noite ao constante som da água corrente
O objetivo matinal era arrumar tudo bem rápido pra tomar café em Ponta Grossa. Saindo 7:30h do cânion, paramos 2 vezes pra ver um possível furo no pneu do thi - a chegada no centro de PG foi às 8:20h. Só lembrando que esse problema não foi solucionado até hoje, provavelmente... Durante esse trecho ainda ocorreu outro evento interessante: em uma das descidas, já dentro da cidade, o parafuso que prende o bagageiro do thi se desvencilhou da bicicleta, gerando uma cena ridícula - e engraçada, é claro (guarde bem esta história de parafuso pra futuro uso).
Gastamos uma boa quantia em suprimentos para o café e para a volta. Fizemos a última refeição extensa da viagem no centro de PG, em frente do shopping Palladium. Seguimos pela rodovia do café, avistando Vila Velha e diversas formações esplendorosas que muitos motoristas nunca sequer prestaram atenção. Falando em prestar atenção, leia isso com calma. Observação para a análise vindoura: a ordem dos ciclistas na estrada era: Thiago (1º), Lulis(2º) e Dú(3º).
O lulis, com toda a sua atenção, viu um parafuso no meio do acostamento e lembrou do bagageiro do thi (outra história a ser lembrada). Por toda consideração pelo colega, parou pra coletar o artefato, caso houvesse necessidade de outro novamente. Agora, materialize isso por outra visão: a do dú. Estava pedalando tranqüilo, a uns 25km/h, sob o sol quente do meio-dia, em uma reta-quase-descida, observando a paisagem e viajando na maionese, quando ao olhar pra frente VIU (teoricamente porque se tivesse visto não teria...) o lulis parado. O máximo que deu pra ele fazer foi: NADA, nem sequer acionar o freio...
Voltando ao lulis, quando estava se abaixando, conta que viu seu irmão passar voando (literalmente) por cima do seu ombro. Por fim, a visão do thi: dois ciclistas caídos no acostamento abraçados e rindo (que fosse da desgraça, mas estavam rindo). A principal conseqüência estrutural foi a torção-quase-inversão no garfo do dú, sendo consertado à mão mesmo. Isso trouxe insegurança e, portanto, cautela em todos os restantes 100km de viagem.
Após o grande susto não houveram mais problemas no retorno. Chegamos ainda de dia em casa, encerrando o projeto da região metropolitana de Ponta Grossa.

deixando o recanto pra trás, sempre pedindo pelo sol

caçamba, isso é que é freio de emergência! ou não

adeus, ponta grossa, agora é só tapete até curitiba...

um passeio no asfalto e, ao fundo, vila velha

inversão garfal pós vôo involuntário irmanitário

chegada exausta torta suja e feliz, embora nem pareça ;)