Cacatu
No ápice de desentendimentos sobre possíveis passeios, o Cheps resolveu sugerir algo que inicialmente não tinha chance de dar certo - mas pensar não custa - acampar em Antonina, na chácara de um amigo seu. Conclusão: nem chácara, nem amigo, mas pesquisamos e encontramos um camping que parecia pertinho e bem legal para uma provável viagem.
Tentamos, vagarosamente, juntar os componentes (literalmente juntar) e, pro espanto geral, todos se reuniram. Algo inédito, até porque uns e outros quase não se conheciam.
Partindo somente com 4 horas de atraso, saímos rumo a um recanto chamado Cacatú, seguindo pela BR116 até a entrada da velha graciosa (D.Pedro).
Até esse ponto já havíamos parado muitas vezes: mochila, freios e outras causas naturais de ciclistas. Então, o pneu do thiago foi atingido por um ser pedregulhal que causou a sua vasão. Meia-hora consertando e seguimos viagem.
Já estávamos mortos de cansaço quando conseguimos chegar a primeira parada séria: Rio da Capelinha.
Um pequeno (praticamente gigantesco) esforço pra chegar até o alto da "nova graciosa" e fizemos uma fast-reunião pra discutir um pouco dos 12km da descida. Combinamos: Lulis na frente (por ser mais velho e responsável), du atrás e o resto espalhado na bagunça.
Logo no começo já foi possível notar que o thi não se entendeu muito bem com seu "alforje", o que o levou ao encontro do meio fio. Apesar disso, a descida estava muito boa: até paramos num recanto pra falar qualquer coisa e continuamos com mais gás ainda.
A ousadia e busca por aventura provocaram um aumento na velocidade (principalmente do lulis e seus algozes) e, em função disso, o du ficou para trás. Esse afastamento o fez vislumbrar de longe a patética seguinte cena: Em um curva fechada mais para baixo, três ciclistas capotados no acostamento:
Lulis, o responsável;
Bruno, o descedor de lenha sem noção;
Cheps, ninguém conseguiu entender porque o cheps caiu, vendo dois caídos e andando devagar!?.
Brigas, explicações à parte, arrumamos o que quebrou e seguimos. Nessa hora a vontade era chegar ao acampamento durante o dia pra poder montar a barraca e descansar. A tarde caía e o cansaço aumentava muito. Na verdade era bem mais longe que o previsto, chegamos todos podres de cansados.
Acordamos meio tarde e ficamos pedalando nas trilhazinhas que havia por perto; comendo bolachas, além de arrumar os danos causados nas bicicletas com o acidente do dia anterior.
Para poder explorar o lugar saímos duas vezes, em dois grupos. Du, thiago e arce foram pra entrada da estrada de terra q leva a Guaraqueçaba e o restante foi comprar milho pro almoço.
Nesta ocasião comemos uma macarronada muito boa feita pelo Lulis. Tava um calor desgraçado e resolvemos usufruir de um salto de tinha lá. Uma corda amarrada numa árvore que levava á água. Ficamos nos divertindo, destaque para o Lulis que conseguiu machucar a mão no fundo do rio. Após jogarmos bola, (perdemos muito feio pra um time de tiozão) nos dividimos: Alguns nadavam, outros faziam cudoce (cheps) e outros conversavam.
No cair da noite comemos outra sopa (a última e lendária) e ficamos batendo papo e brincando com o fogo, fazendo rituais piromaníacos.
Acordamos bem cedo, detonando tudo que dava (granola, sucos, chocolate...). Pegamos a estrada, despedindo-nos tristemente do local.
Parada para arrumar os testículos de boi do bruno.
- Nota de esclarecimento animal:
- Lembrando obviamente que o bruno não estava carregando um par de testículos de boi, e muito menos levando isso para casa. Na realidade se tratava de sua bagagem que, enrolada em um saco preto e presa por elásticos, nos lembrava uma parte um tanto íntima do animal bovino.
Aproveitamos para algumas fotos e logo seguimos à Morretes. Chegando lá conseguimos área (pro celular) e ligamos pras casas pra avisar da situação, além de enchermos os pneus para pegar a BR277. Antes, uma parada pra comprar bananas. Subida da serra do mar, mais de 30km. Apesar do desafio ser difícil iniciamos muito bem, ninguém desceu da bike e foi todo mundo pedalando até um ponto de ônibus onde comemos e tomamos água. Seguimos viagem, ainda conseguindo um bom ritmo.
Após uns 45 min no pedágio, o grupo partiu unido. Alguns minutos e o josy ficou pra trás com du e lulis na escolta. Thiago e arce seguiram mantendo média até sua casa, seu último contato com o grupo foi no pedágio. Cheps e bruno resolveram esperar os "batedores" do josy.
Expediente #
texto por Du.
Pedalado por du, lulis, bruno, cheps, thiago, arce, josy.
Publicado em 14 set 2003.