PP e Camelos

9 e 10 jun 2007 2 dias 129 km

Você deve estar se perguntando porque o PP (não é língua do P, é PP de Pico do Paraná) está figurando novamente aqui entre as aventuras do odois. Se você olhar para trás (site de auto-ajuda) verá que já fizemos uma expedição com ida e volta no mesmo dia ao cume do PP. Mas, se com alguma atenção você observar, o tempo estava propício para ficar em casa em tal ocasião. Como a nossa pretensão era de ver muito mais que nuvens, voltamos ao PP com um pouco mais de tempo (e de amigos) para empreender uma ascensão com tempo bom (isso foi praticamente uma frase de dois tempos).

Sem mais delongas, consulte as indispensáveis fotos e o texto de cada um dos dias dessa que foi uma das expedições com mais fotos estilo pano de fundo do computador. Veja a montanha mais alta do sul do Brasil a partir dos Camelos (outra montanha da mesma cadeia) e de muitos outros ângulos (sofremos uma descentralização de acampamentos explicada na seqüencia).

Mapa & Tracks

1Rumo ao Camelos 1 dia 63 km
DIA 1 curitiba, quatro barras, morro getúlio, pico paraná, camelos

Nada mais animador do que ir para o Pico Paraná sem a preocupação de ter que voltar no mesmo dia (vide investida anterior). Uma manhã amistosa já demonstrava (embora sem muita certeza) que o dia seria muito bom para observação em montanha. Algumas horas pela tradicional Estrada do Alfaville e também pela nem-tão-legal-nem-divertida-e-um-tanto-feia BR116 e já estávamos no acesso de saibro para a Fazenda do Pico Paraná.

Nossos amigos-convidados, não tão encorajados, nos encontraram de carro lá mesmo. Mais um bom tempo de preparação de equipamentos e transformação ciclista > montanhista e estávamos na trilha. A primeira e principal preocupação do grupo era o local de acampamento e o objetivo do dia. Embora, de maneira entusiasta, o cume interessava, havia boatos de acampamentos cheios para cima (existem duas áreas na trilha do PP para acampamentos).

Passando o Morro do Getúlio e a bifurcação com o Caratuva, foi possível dar "bom dia" para a grande massa do PP ao fundo (este ainda não visto por muitos nesse estado tão limpo e claro). Em alguns momentos já estávamos no primeiro espaço para acampar - A1. "Muito longe do cume" foi a conclusão tirada por todos. Nesse momento já tínhamos uma divisão no grupo. O Arce e as suas convidadas Aliny e Naiana seguiram com o objetivo de dormir no cume (provável bivaque confirmado depois).

O sol já perdia sua força quando chegamos ao A2, segunda e última área de acampamento antes do cume. Depois de muitas possibilidades e discussões sobre ir ou não ir à alguma parte, tivemos uma nova divisão: Dú, Lulis, Thiago e a convidada Paty seguiram para uma área isolada na montanha ao lado, chamada Camelos. O Cheps (então como convidado) e o Vina (que já nem precisa mais ser convidado) ficaram no A2.

Fechamento do dia para o grupo do Camelos. Totalmente desconhecida, essa montanha rendeu uma caminhada leve de 40 minutos e mais um desbravamento com direito a caminho furado e frustração. Mesmo assim, as barracas foram montadas em um lugar com uma vista ímpar e diferente para a face sul do Pico Paraná, um pouco abaixo dele. O céu limpo pela noite proporcionou uma visualização ao longe de luzes no horizonte. A força do vento embalou a fria noite na cela entra o PP e o Camelos.

Fechamento do dia para o grupo do A2. Além de muito descanso, por ser o primeiro grupo que parou, uma surpresa durante a noite. Uma aranha grande pica o Cheps. Além de prendê-la em um vidro, nada mais foi feito enquanto o jovem rapaz se recuperava.

Fechamento do dia para o grupo do cume. Chegando ainda de dia no cume, Arce e suas amigas puderem vislumbrar um pôr-do-sol com a vista de Antonina e todo o Litoral, além de toda a região de Curitiba do outro lado. Sem maiores surpresas, o bivaque foi a solução para dormir.

2Pico Paraná 1 dia 66 km
DIA 2 camelos, pico paraná, quatro barras, curitiba

O pessoal que estava no cume curtiu o amanhecer e já se deslocou para o A2 encontrar com os outros e então em seguida partir correndo para a base. O grupo do camelos voltou para o A2 para se juntar ao Cheps e o Vina e fechar um grupo de ataque ao cume. O Cheps e a Paty optaram por ficar no A2 esperando, para se reabilitar pensando na volta, considerando que ir e voltar do cume aumentaria 1:30h no tempo de atividade.

Seguiram então: Vina, Thiago, Lulis e Dú rumo ao cume da montanha mais alta do sul do Brasil. A vista lá de cima era muito diferente do projeto anterior. Das nuvens de antes se descortinou uma seqüencia de montanhas como o Ciririca e o Caratuva e ainda, o litoral paranaense: Antonina, Morretes, Paranaguá e outros.

Alguns bons minutos de contemplação e chegou a hora de reencontrar a carga e os companheiros para iniciar a descida. Com alguma pressa, alguma técnica, e muita piada, descemos ao encontro do primeiro grupo. Chegando na base, novamente a super-mutação: montanhista > ciclista. O Arce se junta aos outros componentes do odois: Dú, Lulis e Thi - e o pedal recomeça. Uma despedida àqueles que dos veículos automotores se utilizam e mais 58 km até chegar em casa.

A primeira noite-em-alta-montanha do odois foi sem dúvida recompensadora e suficientemente inspiradora para muitos outros projetos que vem por aí...

Expediente #

Texto por Du, fotos e comentários por Lulis, Arce e Aliny.

Pedalado por du, lulis, thiago, arce, aliny, cheps, naiana, paty, vina.

Publicado em 12 jul 2008.